O aumento da demanda nos hospitais por oxigênio teve um reflexo também no campo: piscicultores alteraram a logística de entrega de peixes para economizar o gás. O transporte, agora, é feito à noite.
Uma empresa de criação de tilápias em Rubineia (SP), que produz desde o alevino (recém-saído do ovo) até o peixe pronto para consumo, transporta cerca de 4 milhões de animais por mês para o Paraná, Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul e outras regiões do Estado de São Paulo. O transporte dos peixes vivos é feito em tanques cheios de água e oxigênio. A unidade de piscicultura no interior paulista consome 200 cilindros mensais.
Com a redução da oferta de oxigênio no mercado em razão da pandemia, o preço do produto subiu mais de 40% nas últimas semanas. Para diminuir os efeitos da escassez do gás, motoristas estão optando pelo transporte noturno para tornar a viagem mais rápida e, assim, economizar de 30% a 40% da quantidade de oxigênio usado para manter os animais vivos.
O piscicultor Emerson Esteves diz que, sem a entrega de alevinos ao cliente, há um efeito cascata: “Daqui a seis meses, ele não tem peixe gordo, o frigorífico fica sem peixe, o mercado fica desabastecido. Então, é uma engrenagem que começa aqui conosco”. A perspectiva do empresário é que a situação se normalize nos próximos 20 ou 30 dias.
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Com informações do portal G1 e TV Tem