De acordo com estudo do Imperial College, tocilizumabe pode evitar resposta imunológica exagerada do organismo
Em meio a tantas notícias sobre a eficácia de vacinas ainda em fase de testes, há muitos medicamentos existentes no mercado usados para combater a covid-19. O tocilizumabe, uma droga imunossupressora para tratamento de artrite reumatoide, é mais uma aposta da medicina na recuperação de pacientes de covid-19 grave, que necessitam de suporte para respirar.
O estudo preliminar é conduzido por pesquisadores do Imperial College Londres e mostrou-se eficaz em ensaios clínicos randomizados e controlados envolvendo 303 pacientes, de acordo com informações do jornal Financial Times. Os dados preliminares foram avaliados por um Comitê de Monitoramento de Dados e Segurança, composto por cientistas independentes.
Segundo Anthony Gordon, principal autor do estudo, os participantes foram divididos aleatoriamente para receber diferentes moduladores do sistema imunológico: tocilizumabe, sarilumabe, anakinra ou interferon. Uma parte não fez uso de nenhum medicamento dessa classe, que tem como objetivo evitar que o organismo desencadeie uma resposta exagerada ao vírus, a chamada “tempestade de citocinas”, ligada a danos e falência de órgãos.
Leia mais sobre tratamentos para combater o novo coronavírus — “Covid-19: Precisamos esperar por uma vacina?”
De acordo com os resultados preliminares, os pacientes que receberam tocilizumabe tiveram maior probabilidade de melhorar do que os que não receberam a droga. Anthony Gordon mostrou-se animado diante dos resultados. “Essas descobertas iniciais mostram que o tratamento com essa droga imunomoduladora é eficaz para pacientes de covid-19 em estado crítico, em unidades de terapia intensiva (UTIs). Quando tivermos os resultados disponíveis de todos os participantes, esperamos que nossas descobertas ofereçam uma orientação clara aos médicos para melhorar o prognóstico desses pacientes mais enfermos”. Entretanto, o pesquisador faz uma ressalva: “É improvável que qualquer medicamento funcione por conta própria, então precisamos encontrar as combinações certas de tratamentos.”
No total, mais de 2 mil pacientes em 15 países, incluindo o Brasil, foram inscritos no estudo em cerca de 260 hospitais de todo o mundo.