Os organizadores da iniciativa sustentam que o melhor lugar para as crianças e adolescentes é dentro da sala de aula
Pediatras de vários hospitais e universidades assinaram uma carta na qual pedem a reabertura das escolas para aulas presenciais. No manifesto, os autores mencionam estudos científicos mostrando que o retorno físico às atividades escolares é seguro para crianças e adolescentes. Os médicos reconhecem a necessidade de medidas de proteção individual.
Até a terça-feira 24, mais de 400 profissionais haviam assinado o texto. Agora, cerca de 2 mil pessoas já rubricaram o documento de forma digital, segundo o grupo — pelo menos mil dessas assinaturas pertencem a médicos. Os organizadores da iniciativa — a maioria deles do Estado de São Paulo — afirmam que são um grupo independente de instituições de saúde e ensino.
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Leia o manifesto
“Esse é um movimento suprapartidário, sem orientação política, sem nenhum vínculo institucional e baseado apenas em dados científicos e demográficos coletados no Brasil e no mundo. Esse movimento surge como contraponto a muitas fake news e tem como objetivo dialogar com a sociedade e com as partes envolvidas com a educação, com os alunos, professores e funcionários sobre o retorno seguro às aulas, embasados em informação confiável.
Estamos cientes e lamentamos o aumento do número de casos de covid-19 no Brasil e enfatizamos a todos a necessidade de manter uso de máscara, lavagem de mãos e distanciamento social sempre que possível. Não somos um movimento negacionista. Não obstante, baseados em dados científicos e experiência de ambulatório infantil, acreditamos que o local mais seguro para as crianças hoje é dentro das escolas.
Compreendemos a preocupação daqueles que não querem retornar às aulas presenciais. Acreditamos que essa decisão é de cada família pois envolve a realidade particular de cada uma e isso deve sempre ser respeitado. Entendemos também os receios dos professores nesse retorno. Com a nossa carta, tivemos por objetivo trazer informação científica da experiência de outros países que conseguiram a reabertura de forma segura para todos, assim como está acontecendo em muitas escolas do Brasil.
Aproveitamos para homenagear os professores por serem grandes agentes formadores e cujo trabalho é essencial para o desenvolvimento das crianças. Acreditamos que as crianças fora da escola trazem mais riscos a seus familiares por estarem frequentando locais sem protocolos e muitas vezes sem supervisão adulta, o que traz consigo perigos a própria criança.
Assim, a partir desse conhecimento compartilhado, desejamos auxiliar com informações científicas a decisão de reabertura das escolas de forma gradual, segura e acolhedora, respeitando aqueles que não querem ou que não podem retornar à escola e dando oportunidade aos que têm a intenção de fazê-lo.”