A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul nomeou o político Micael Carissimi (MDB) como coordenador de assessoria de gabinete. A nomeação ocorreu no dia 5 de maio, por meio do Diário Oficial do Estado, mas ganhou espaço na imprensa nesta semana. O emedebista ganhou o cargo público, com salário de R$ 14.499, mesmo sendo indiciado por supostamente ter ordenado agressão a um jornalista.
Em 14 de janeiro de 2022, o jornalista Daniel Carniel apareceu com o rosto ensanguentado na tela da Adesso TV, emissora de Garibaldi (RS) em que apresentava o programa Prato Limpo. Durante a atração, ele afirmou que a agressão partiu de dois homens quando chegava para trabalhar na empresa de comunicação. De acordo com o apresentador, os agressores confirmaram a identidade dele e começaram a desferir socos e pontapés.
Meses depois da agressão contra o jornalista, a Polícia Civil gaúcha apontou, em inquérito, Carissimi como mandante do crime. Ex-secretário de Obras do município de Garibaldi, ele não teria gostado de críticas feitas na televisão por Carniel. Segundo a investigação policial, os agressores afirmaram que um interlocutor avisou que estaria a mando do político, que nega participação no ato violento. O inquérito em que o emedebista é indiciado por lesão corporal está sob cuidados do Ministério Público, que vai decidir se arquiva o caso ou se apresenta denúncia à Justiça.
Político defende a própria nomeação
Em nota enviada à imprensa, a defesa de Micael Carissimi reforçou que ele não é, ao menos por ora, formalmente denunciado. Com isso, a equipe dele defende como correta a nomeação para o cargo público com vencimentos mensais 11 vezes superiores ao salário mínimo brasileiro. “Não é sequer réu em ação penal, não existindo nem mesmo acusação do Ministério Público para que pudesse se defender, de modo que goza da plenitude de seus direitos civis e políticos e, por isto, não possui qualquer impedimento ou restrição à assunção de qualquer cargo público, seja de provimento efetivo, comissionado ou eletivo.”
Além de indiciado no caso envolvendo a agressão sofrida por Daniel Carniel, Carissimi já foi alvo da Polícia Federal. Em 2018, ele foi indiciado por corrupção criminosa e organização criminosa. Na ocasião, agentes apreenderam o total de R$ 172,5 mil, que estavam em envelopes na casa e no carro do político.
Governo do RS se pronuncia sobre nomeação de indiciado
Com a divulgação de que o novo funcionário da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia é indiciado pela polícia em caso que investiga agressão sofrida por um jornalista, o governo do Rio Grande do Sul se pronunciou. Por meio de comunicado, o Executivo gaúcho afirmou que vai averiguar a situação. No entanto, a equipe do governador Eduardo Leite (PSDB) registrou que isso não representa, necessariamente, condenação ou comprovação de culpa.
“O governo [estadual do Rio Grande do Sul] adotará os procedimentos administrativos de praxe para averiguação, respeitado o devido processo legal”, afirmou, dessa forma, a equipe de comunicação do Palácio Piratini. “[Mas] lembrando que o indiciamento não pressupõe condenação judicial ou comprovação definitiva de culpa.”
A Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp, não se pronunciou, contudo, a respeito da nomeação de Carissimi.
O Governador Eduardo Leite tem que se proteger.
Exonera logo este sujeito ou só deixe assumir o caso depois que se prove que ele é ficha limpa.
Isto é um boa lição para os Jornalistas. Cuidem-se com a língua e com que publicam.
A liberdade está sumindo e o cangaço está chegando no Rio Grande do Sul.
Nomear parentes, criminosos, aliados…
Tudo isso é o Brasil.
Nenhuma novidade neste caso.