Uma médica agredida por um homem e a filha dele teve cinco lesões em seu corpo, segundo laudo do exame de corpo de delito da Polícia Civil. Sandra Lúcia sofreu o ataque no domingo 16, durante o plantão no Hospital Francisco da Silva Teles, em Irajá, bairro da zona norte do Rio de Janeiro.
O exame identificou lesões no lábio superior, no tórax, na orelha direita, no antebraço direito e na coxa esquerda da médica. Para se recuperar, Sandra Lúcia entrará de licença por oito dias.
A profissional de saúde viveu momentos de terror e pânico enquanto atendia pacientes. Segundo plantonistas, André Luiz do Nascimento Soares invadiu o local com a filha porque estavam irritados com a demora no atendimento para um ferimento na mão.
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Os dois depredaram a unidade e espancaram Sandra Lúcia, que era a única médica de plantão. Os agressores foram presos e vão responder na Justiça por lesão corporal e homicídio doloso — quando há intenção de matar. Além de espancarem a médica, uma paciente do hospital acabou morrendo em meio à confusão.
“Ele socou a boca da doutora Sandra, jogou ela no chão e botou a mão para trás como se fosse pegar uma arma”, contou uma testemunha. “Foi o momento que todo mundo saiu correndo.”
Em desabafo publicado nas redes sociais, a médica afirmou que prestava atendimento para mais de 60 pacientes internados, sem o suporte de nenhum segurança e se descreveu como “vítima da precariedade e insegurança”.
A defesa de André Luiz do Nascimento e da filha dele entende que os dois são inocentes e que acusá-los de homicídio é “um pouco forçoso”. “É querer culpar uma ineficiência do Estado em cima de duas pessoas que tem a idoneidade comprovada”, afirmou o advogado Cláudio Rodrigues.
Morte em meio à confusão que teve médica agredida
Segundo a família de Arlene Marques da Silva, de 82 anos, ela começou a se sentir mal depois de ver a médica dela ser agredida pelo homem e a filha dele.
A idosa havia sido internada no dia 8 de julho com princípio de infarto, mas estava se recuperando bem. No entanto, ao presenciar toda a confusão, ela passou mal e a única médica que estava de plantão no hospital de Irajá não conseguiu socorrê-la a tempo.
“Eles falaram que deu uma parada e a doutora não teve como socorrer porque tinha sido cortada”, disse a filha da paciente. “Ela teve essa parada depois de meia hora e a doutora não pôde socorrer.”
Aconteceu com filho de colega meu.. Em UPA do ABC . Demorou a atender um filho de traficante da comunidade e na saida enfiaram um saco na cabeça dele , jogaram num barraco e chutaram a vontade.. Saiu vivo mas todo arrebentado. Isto é algo que todos ( direita e esquerda) fingem existir, o SUS , sistema público de saude de qualidade para os mais pobres. Uma grande farsa que ninguém quer enfrentar pois custa muito dinheiro. Mas poderia custar muito menos se tivessemos a prevençâo, o saneamento básico, água tratada e boa vontade. Hoje um médico especialista pode dar consultas em qualquer parte do pais, basta ter uma tela de computador e internet.
Exercer a medicina em atendimentos de urgência em hospitais públicos e até em alguns hospitais privados no Rio de Janeiro é, há muito tempo, atividade de risco. A agressividade de pacientes e familiares, inconformados com a necessidade de esperar pelo atendimento, mesmo em situações de baixo risco como era o caso em questão, se avulta diante da falta de seguranças e da impunidade reinante. A agressão injustificável a uma médica em pleno exercício de sua atividade profissional deveria receber punição exemplar com forma de desencorajar outros valentões. Sem negligenciar da necessária segurança a todos que trabalham em emergências.
Devido às falhas do estado, ficamos autorizados a cometer crimes? Pior, atacando quem está trablhando?
De tudo o que aconteceu só temos uma certeza :
“A médica será processada porque não conseguiu atender a idosa que faleceu”.