Edimilson Migowski afirma que o medicamento é efetivo se usado nos estágios iniciais da doença
Desde o início da pandemia, o infectologista Edimilson Migowski defende o uso da nitazoxanida, comercialmente vendida como Annita, no tratamento precoce da covid-19.
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Migowski lidera um convênio entre a instituição e a prefeitura de Volta Redonda (RJ) e comemora os resultados.
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Até 5 de novembro, 435 pacientes receberam o tratamento e não houve registro de nenhuma internação, falência respiratória ou óbito.
“Em Volta Redonda, todos os pacientes que receberam a medicação até o terceiro dia a partir do início dos sinais e sintomas, 100% deles, tiveram evolução satisfatória para a cura”, garante o médico.
O Ministério da Ciência e Tecnologia conduziu um ensaio clínico com a nitazoxanida envolvendo 1.575 voluntários. Segundo o estudo, divulgado em 24 de outubro, pacientes que receberam a droga tiveram maior redução da carga viral e resultados negativos para o novo coronavírus mais rápido.
Em entrevista a Oeste, o infectologista Edimilson Migowski respondeu a perguntas sobre o tema e resumiu o protocolo que vem sendo adotado na cidade fluminense em 3 pilares:
- Prevenção: uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento social e vacina (quando houver)
- Instrumentalização: orientar as pessoas sobre os sinais e sintomas da doença para que busquem o serviço de saúde rapidamente
- Tratamento precoce: uso, com orientação médica, da nitaxozanida
Seis dúvidas sobre a nitazoxanida
1. Pesquisa divulgada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações indica que a nitazoxanida reduz carga viral de pacientes com covid-19. O que isso representa na prática?
Comprovadamente, a nitazoxanida reduz a replicação do vírus, por quatro mecanismos bem determinados e conhecidos. O que foi observado nessa pesquisa clínica era algo que já tinha evidências no laboratório, in vitro [em células isoladas em laboratório]. Isso significa que, provavelmente, a pessoa que venha a receber a droga precocemente, no início dos sintomas, vai ter uma doença de menor gravidade, como menos risco de internação, falência respiratória e morte.
Devido à redução da carga viral, a pessoa também vai transmitir menos esse tipo de coronavírus. A medicação é benéfica tanto para o paciente que está enfermo como para quem tem contato com ele, já que a redução da carga viral ajuda a diminuir o risco de propagação do vírus.
2. O medicamento é indicado para os estágios iniciais da doença?
Em Volta Redonda, todos os pacientes que receberam a medicação até o terceiro dia a partir do início dos sinais e sintomas, tomando 500 miligramas de oito em oito horas por no mínimo seis dias, 100% deles, tiveram evolução satisfatória para a cura.
3. Volta Redonda assinou convênio com a UFRJ para tratamento de casos leves da covid-19. Como está a situação na cidade?
Começamos em 8 de julho e entramos no quarto mês de observação. Até a presente data, sucesso absoluto: zero falência respiratória, zero internação e zero óbito. Na rotina da saúde pública de Volta Redonda, esse medicamento tem, sim, minimizado o sofrimento. Na cidade, aumentaram em 70% as notificações e reduziram-se em 70% as internações, o que mostra o tratamento precoce como eficiente e seguro.
4. Qual o uso original do medicamento?
Nitazoxanida foi utilizada inicialmente para o tratamento de parasitoses intestinais como as causadas por giárdia e amebas. Depois, indicou-se em bula o uso no tratamento de norovírus e rotavírus, que causa muita diarreia, vômito e febre. Também existe emprego no tratamento da hepatite C.
Eu e o professor Davis Ferreira desenvolvemos algumas pesquisas e comprovamos em avaliação de laboratório que esse medicamento também apresentava ação na inibição da replicação de vírus da dengue e de vírus da febre amarela. De lá para cá, surgiram aplicações para outros vírus, como, por exemplo, o da hepatite B, ebola, HIV, vírus influenza, chikungunya, zika vírus e outros.
5. Ele apresenta efeitos adversos?
O efeito adverso mais documentado com esse medicamento, que já foi utilizado por mais de 250 milhões de pessoas no mundo, é basicamente dor abdominal, que quase inexiste quando se administra a droga junto com alimentos.
6. O senhor acredita que está havendo uma politização nos tratamentos?
Infelizmente, tanto em termos nacionais como internacionais, incluindo os Estados Unidos, países europeus e a Organização Mundial da Saúde. Se houvesse mais tecnologia, mais ciência e menos politização desse tema, estaríamos em situação melhor. Muitos erros foram cometidos em nome de uma politização que eu acho bastante deletéria para a saúde pública e mundial.
Muito boa a reportagem.
Conheço o Edimilson. É um dedicado
pesquisador.
Parabéns!
Anita e ivermectina, dois vermífugos que têm se mostrado eficazes no tratamento e na profilaxia do C19. São baratos e muito bem tolerados. Se a política e outros interesses escusos não permitem a adoção desses medicamentos de forma generalizada, resta-nos a opção de divulgar e convencer a nossos familiares e amigos a se protegerem com eles. Minha família (mais de vinte pessoas) faz uso de ivermectina desde maio/20, sem nenhum caso confirmado da doença.
Com o aparecimentos de uns sintomas que não vem ao caso divulgar aqui, suspeitei que estava com hepatite ou algo relativo à vesícula biliar. Aguardei mais uns dois dias para ver se os sintomas cessavam da mesma forma que iniciaram, isso acontece muito comigo. Como os sintomas não cessaram, marquei uma consulta numa clínica especializada em gastro. Para minha surpresa, entre outros medicamentos, estava lá o famoso Annita aí eu questionei o médico que aquilo, sendo um vermífugo, o que tinha a ver com problemas na vesícula biliar ou era por que ele suspeitava que eu estava com o tal do Covid? Ele disse que não e não deu maiores explicações. Pelo sim, pelo não, tomei a medicação e tudo bem, enfim…
Espero que o Afonso leia. Aqui em casa temos 3 cachorras. No mês de abril uma delas teve algum problema e levamos para o veterinário. Aí ele recomendou o Anita (com outro nome) para todas. Só que ele avisou que os donos teriam que tomar também… Anos atrás já tínhamos tomado o medicamento junto com os bichos. Em junho nosso médico recomendou que a gente tomasse um da mesma linha com outro nome. O problema era com as cuidadoras da minha sogra que não usavam máscara e nem se cuidavam. Então o médico disse que era bom fazê-las tomar o medicamente por segurança para não espalhar a doença caso contraíssem o C19. Aí, fomos até uma farmácia próxima a nossa residência com as receitas. Aí o farmacêutico, que é nosso amigo há muito tempo, e com doutorado, disse que todos os proprietários de farmácia da cidade já ministravam o medicamento para os funcionários. E como o postinho é próximo, ele disse que todos os dias recebem alguma pessoa que chega com a receita da UPA e com o medicamento em questão. Ou seja, deve ter algum efeito mesmo. Não cura, mas protege e ajuda a não espalhar a doença por uns tempos. Aí, falei com uma amiga em Portugal e ela disse a mesma coisa, ou seja, que família estava tomando incluindo o DOSS e mais uma vitamina D. O povão vai tentando, longe da politicagem e da imprensa do mal.
Oi, Luiz! Muito bom ler a sua mensagem! Seu relato é muito interessante, obrigado por compartilhar aqui na Oeste. Um abraço!