‘O mocinho está sendo tomado como bandido’, diz Marco Aurélio sobre cerco a Moro
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a decisão do colega Edson Fachin, que anulou as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato. O magistrado também defendeu o ex-juiz Sergio Moro, alvo de um julgamento sobre suspeição retomado nesta semana pela Segunda Turma da Corte.
“O que me assusta é o que o herói nacional, o mocinho, está sendo tomado como bandido. O ex-juiz Sergio Moro. Isso não se coaduna com o Estado democrático de direito”, afirmou Marco Aurélio em entrevista à Época. “Mantemos diálogos com o Ministério Público [MP]. Nos 42 anos, mantive diálogo com membros do MP e advogados de qualquer das partes. Isso é normal.”
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Ainda segundo o ministro do STF, o “único erro” cometido por Moro “foi ter deixado um cargo efetivo, com direito à aposentadoria, para ser auxiliar de um presidente da República”.
“Estou perplexo diante da decisão do ministro Edson Fachin de anular os processos-crime depois de os processos terem percorrido todas as instâncias”, prosseguiu Marco Aurélio.
O magistrado criticou também o fato de Fachin ter decidido de forma monocrática pela anulação das condenações de Lula, sem submeter o habeas corpus do ex-presidente ao plenário do STF. “A decisão do ministro Fachin é uma decisão individual, impugnável ainda. Se já fosse de colegiado, aí haveria prejuízo. Mas é decisão individual. Eu, por exemplo, não julgo individualmente habeas corpus.”
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