A paciente Daiana Chaves Cavalcanti, que teria ficado em cárcere privado por ordens do cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva, realizou na sexta-feira 22 uma cirurgia para remover o tecido necrosado abaixo dos seios e na barriga.
Na quinta-feira 21, a mulher foi transferida para o Hospital Federal de Bonsucesso, na capital fluminense. O crime teria ocorrido no Hospital Santa Branca, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro.
Depois do procedimento, a equipe médica fez um curativo a vácuo na paciente. Em seguida, ela retornou ao centro de tratamento intensivo onde está recebendo os cuidados apropriados. No início de junho deste ano, Daiana se internou para fazer dois procedimentos estéticos: um no abdômen e outro nos seios.
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Ambos foram feitos por Bolívar. No entanto, depois da cirurgia, a mulher apresentou sequelas. Assim, Daiana começou a solicitar uma transferência do hospital, pois entendia correr risco de morte com as feridas do procedimento abertas. Segundo os relatos de parentes da paciente, o médico não teria deixado ela ir embora.
A equipe que trabalha com o cirurgião alegou, por meio de nota publicada nas redes sociais, que ele não estava mantendo a mulher em cárcere privado. De acordo com os assessores, a mulher queria ser liberada sem ter terminado o tratamento, mas que ele, como médico, entendeu que seria imprudente liberá-la.
Na segunda-feira 18, Bolívar foi preso por policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias sob a acusação de manter a paciente em cárcere privado. Na sexta-feira 22, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou um habeas corpus pedido pela defesa do cirurgião.
O médico continua preso, sob alegação de manter a paciente em cárcere privado como forma de ocultar o estado de saúde dela, depois dos procedimentos estéticos.
Investigação
A polícia alega que o cárcere veio a partir de uma sequência de erros nos procedimentos clínicos do médico. “A situação é tão grave que ela está apodrecendo viva, literalmente”, disse a delegada do caso, Fernanda Fernandes. “Ela estava lá contra a própria vontade.”
O Hospital Santa Branca, unidade em que o médico é suspeito de manter a paciente presa, também se manifestou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa. A clínica nega as acusações de cárcere privado e afirma repudiar “quaisquer práticas criminosas que nos foram indevidamente atribuídas.”
Nascido no Equador, Bolívar responde a quase 20 processos criminais. Ele também já foi preso em 2010, por integrar uma quadrilha que produzia e distribuía medicamentos e produtos estéticos ilegais sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Responde a 19 (dezenove) processos e foi preso em 2010! Parece existir extrema consideração com ex-presidiários… Quem validou o diploma desse equatoriano? É normal um hospital empregar um médico com essa trajetória?