Após uma rebelião na Penitenciária 1 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, que ocorreu no sábado 20, 161 presos foram transferidos para o interior do Estado. As transferências ocorreram nesta segunda-feira, 22.
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado de São Paulo afirmou que a medida visa a aplicar “sanção disciplinar” aos detentos envolvidos.
Durante a rebelião, os presos incendiaram colchões e exibiram cartazes com frases como “Abaixo a repressão” e “Fora atual diretoria”. No pátio, escreveram “PCC” com lençóis, em alusão à facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
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O Grupo de Intervenção Rápida, que pertence à SAP, atuou para conter a rebelião do último fim de semana. Para isso, os agentes de segurança utilizaram balas de borracha.
Inicialmente, a SAP informou que três pessoas tinham se ferido. O número, entretanto, foi atualizado para cinco nesta terça-feira, 23. Ao site Metrópoles, fontes afirmaram que o clima na Penitenciária 1 de Franco da Rocha ficou mais tenso na semana anterior à rebelião, depois de uma troca de presos com o Centro de Progressão Penitenciária do Butantan, na capital paulista.
Entre as maiores insatisfações dos presos estava o suposto isolamento de 20 dias depois da transferência. O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) descreveu a rebelião como uma “tragédia anunciada”. Além disso, destacou uma escalada da violência contra os servidores.
Escalada de violência, fugas recentes e rebelião
Em nota, a Sifuspesp lembrou que a rebelião na Penitenciária 1 de Franco da Rocha se deu em meio ao aumento de fugas no sistema prisional paulista.
“Com o assustador número de 18 fugas do regime semiaberto somente entre dezembro de 2023 e maio de 2024, pela primeira vez depois de quatro anos um presídio paulista registra uma rebelião”, afirmou a entidade. “A situação, longe de ser um ponto fora da curva, é o resultado da inércia de várias gestões do governo estadual, que ignora os alertas e coloca em risco a vida de servidores e da população.”
Uma semana antes da rebelião em Franco da Rocha, sete presos fugiram do Centro de Progressão de Pena do Butantan. O presídio, a saber, fica na zona oeste de São Paulo, de 13 a 15 de julho. A unidade prisional também registrou um motim e teve as visitas suspensas.
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