A Polícia Federal (PF) ainda não identificou o corpo encontrado por um scanner, no interior de um contêiner que desembarcou em um navio no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, no último domingo, 10.
A trágica descoberta ocorreu na quinta-feira 14, enquanto a Receita Federal (RF) realizava vistoria na embarcação vinda do Marrocos.
Durante o processo de escaneamento, prática comum, os agentes da RF constataram uma forma humana.
PF trabalha com duas hipóteses na investigação sobre o corpo encontrado dentro do contêiner no Porto de Santos
A PF analisa duas possibilidades, sobre o que pode ter acontecido: a de que a vítima, possivelmente refugiada no Marrocos, morreu durante a viagem; ou morreu assassinada no país africano e, depois, colocada na caixa metálica.
A embarcação deixou o continente africano e fez escala em Salvador, na Bahia, antes de chegar ao Porto de Santos.
Segundo o delegado Edson Patrício do Nascimento, o contêiner estava “vazio” e com o mecanismo de refrigeração desligado.
A PF solicitou o exame necroscópico ao Instituto Médico Legal (IML) com o objetivo de descobrir mais informações sobre o cadáver, como o momento e a causa da morte, além da etnia e sexo da pessoa. Não há prazo definido para a conclusão deste documento.
“Uma das hipóteses é a de que possa ser um imigrante tentando sair do país”, explicou o delegado, que acrescentou sobre a possibilidade de assassinato. “Vai depender das informações que a PF conseguir levantar, principalmente se o exame encontrar evidências de morte violenta.”
Próximos passos
Nascimento explicou também que, caso o exame necroscópico aponte que a morte aconteceu fora do Brasil, outro país passa a assumir a investigação do ocorrido — incluindo o local onde a pessoa embarcou, nasceu ou morreu.
Porto de Santos sob vigilância
O Porto de Santos virou alvo de constantes investigações por causa da atuação do tráfico de drogas comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
O interesse da facção criminosa pelo controle do Porto de Santos ocorre por ele ser o principal ponto de envio de cocaína para a Europa. Em entrevista a Oeste, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que o PCC criou um bunker na região.
Da cidade do litoral paulista saem cerca de 60% de toda a cocaína enviada do Brasil para o outro lado do Oceano Atlântico, segundo estimativas do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).