A Operação Ultima Ratio, conduzida pela Polícia Federal, revelou um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). O desembargador Marcos José de Brito Rodrigues é um dos principais alvos, acusado de tentar influenciar ilegalmente decisões de colegas em troca de compensações.
Detalhes da investigação constam em um relatório de 850 páginas enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em outubro que solicita a abertura da operação.
Desembargador atendeu a “pedido de gentileza”
Cinco desembargadores foram afastados de suas funções por 180 dias, conforme determinação do ministro Francisco Falcão, do STJ. Eles estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica, como medida cautelar.
Um caso específico envolveu um cliente que evitou condenação por porte ilegal de armas. Brito, em comunicação interna, mencionou pressão externa, ao afirmar que “o Exército quer a solução do caso”.
Mensagens de WhatsApp revelaram que Brito recebeu um pedido de “gentileza” de Firmino Filho, que buscava manter suas armas. Brito já havia beneficiado Firmino em uma ação milionária, levantando suspeitas de venda de sentenças.
A desclassificação dos crimes, no entanto, havia sido discutida antes da intervenção de Brito, segundo os investigadores.
Tráfico de influência e redes de corrupção
Além disso, Brito teria praticado tráfico de influência para favorecer o procurador de Justiça Marcos Antônio Martins Sottoriva em um processo sobre a compra de uma fazenda. Ele assinou documentos sem revisar os autos, conforme apontam as investigações.
A Polícia Federal também identificou relações próximas de Brito com lobistas e empresários, incluindo Andreson Gonçalves, que transferiu mais de R$ 1 milhão para um advogado vinculado a Brito. Essa rede levanta sérias suspeitas de corrupção e tráfico de influência no tribunal estadual.
Outro desdobramento significativo foi a apreensão de quase R$ 3 milhões na casa do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, também sob investigação. As ações das autoridades permanecem em andamento.
+ Leia mais notícias do Brasil em Oeste
mais um desembargador aposentado com salario integral e quem paga esse privilegio??? os pagadores de impostos otários.