Lolita é o romance de 1955 que fez a fama de Vladimir Nabokov (1899-1977), que nasceu na Rússia e emigrou para os Estados Unidos em 1940. O romance virou um escândalo. Mostra a paixão de um professor maduro por uma menina de 12 anos.
Todo mundo duvidou que alguém pudesse colocar aquela história cheia de tabús no cinema. Em 1962 o sempre ousado Stanley Kubrick lançou sua versão com James Mason (53 anos) e a novata Sue Lyon (14) nos papéis principais. O roteiro foi escrito pelo próprio Nabokov. Certas ousadias do livro foram amenizadas, uma providência mais que compreensível para o início da década de 1960.
Lolita tem a marca de Kubrick: muita personalidade, muito clima, muito estilo e coadjuvantes que roubam a cena: Shelley Winters (como a trágica mãe de Lolita) e especialmente Peter Sellers, como o pervertido mister Quilty.
Em 1998 o diretor Adrian Lyne, conhecido por filmes polêmicos (como Atração Fatal e Proposta Indecente) resolveu lançar a sua versão de Lolita. O livro foi adaptado por Stephen Schiff, com um grau maior de fidelidade à obra. Jeremy Irons é o Professor e Dominique Swain, sua amada Lolita.
A nova versão tem um evidente cuidado visual e um tom de cinema francês. Mas não tem a magia de Stanley Kubrick. Não é um filme ruim, mas a concorrência com a versão oroginal é muito difícil. O grande barato é assistir às duas versões (que estão no catálogo do HBO Max) e comparar como a mesma história é contada de maneiras diferentes.