As companhias de energia que operam hidrelétricas querem um aumento pela remuneração de seus serviços. Essas empresas alegam que o ganho servirá para investimentos em plantas e a retomada de projetos.
De acordo com Reuters, uma das principais demandas das companhias de energia é a remuneração das hidrelétricas pelos “serviços ancilares”. Eles servem para prover apoio à segurança ao Sistema Nacional Interligado.
Adriana Waltrick, CEO da SPIC Brasil, subsidiária do gigante chinês State Power Investment, explicou a importância dessa fonte de energia. “As hidrelétricas são baterias gigantes e possibilitam o controle da frequência”, disse. “Em termos elétricos, é o que mantém o Brasil sem apagões.”
Existe um custo de oportunidade que não está sendo remunerado adequadamente, de acordo com a executiva. Desse modo, o pagamento, atualmente, considera apenas a energia fornecida — sem levar em conta o potencial ocioso.
Com regras melhores, as companhias de energia poderiam aumentar o potencial de geração com hidrelétricas em até 20%. A projeção é da International Hydropower Association, órgão que está participando das discussões com as empresas do segmento.
Gil Maranhão, diretor de Responsabilidade Social Corporativa e Comunicação da Engie Brasil (outro gigante no setor), afirmou que não está na pauta do setor a volta dos grandes projetos. “O que nós defendemos é a construção de hidrelétricas médias, que são palatáveis para empresas privadas, mais fáceis de lidar com desafios socioambientais, não estão na Amazônia, mas espalhadas no Brasil inteiro, e com um tamanho de reservatório que gere esses atributos”, disse.