O economista-chefe do banco Citigroup, Steven Wieting, disse à emissora norte-americana CNBC que está otimista que “a economia global não precisa de um colapso econômico para controlar a inflação”. Ele falou sobre o tema em entrevista nesta segunda-feira, 22.
De acordo com Wieting, as principais economias do planeta mostraram-se surpreendentemente resilientes ao aumento acentuado das taxas de juros pelos bancos centrais. As elevações nesse sentido ocorreram no decorrer dos últimos dois anos.
Para o economista, isso tem sido particularmente evidente nos Estados Unidos. Conforme avaliou, a recessão norte-americana foi evitada até agora, com o mercado de trabalho permanecendo forte.
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Agora, a discussão se voltou para os cortes nas taxas de juros. Isso porque a inflação continua em uma trajetória descendente em direção às metas dos bancos centrais, enquanto o crescimento desacelerou.
“Tivemos um grande choque, uma pandemia, um colapso”, disse Wieting. “Não precisávamos de duas recessões para finalmente curar nosso problema de inflação.”
A inflação anual nos EUA foi de 3,4% em dezembro. Dessa forma, permaneceu acima da meta de 2% do Federal Reserve (Fed), mas consideravelmente abaixo do pico de 9,1%, de junho de 2022.
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Os investidores estarão atentos ao índice de inflação de gasto pessoal de consumo na próxima sexta-feira, 26. A métrica é a preferida do Fed e dá pistas sobre quando o Banco Central dos EUA começará a cortar as taxas de juros.
Enquanto isso, uma estimativa preliminar do PIB do quarto trimestre está programada para esta quinta-feira, 25. Espera-se que a economia norte-americano tenha crescido 1,7%, patamar mais baixo desde a queda de 0,6% no segundo trimestre de 2022.
Crescimento lento da economia global
“Esse período de crescimento global mais lento e desaceleração do crescimento do emprego nos Estados Unidos, acreditamos que pode passar”, disse Wieting. “Pode levar a um período de crescimento mais saudável, se olharmos particularmente para o próximo ano e além, e esse é o negócio deste ano para os investidores.”
Além disso, o economista-chefe do Citi destacou que, embora haja excessos que precisam ser eliminados da economia, isso não foi resultado de um “verdadeiro superaquecimento” ou boom prolongado.
Para o economista, a culpa foi de um excesso de estímulo fiscal governamental relacionado à recuperação da pandemia, que não será repetido.
“Se você olhar para a oferta de dinheiro nos EUA, ela diminuiu 4% no ano passado”, afirmou Wieting. “Olhe para a década de 1970, eram quase 10% de crescimento durante toda a década, preços importantes subindo 14% a cada ano — isso é inflação sustentada.”
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