Com mais de 3 mil funcionários, empresa sente impacto da crise provocada pelo novo coronavírus no Brasil
Apesar de há menos de um mês constar na lista de empresas que enalteciam o movimento #NãoDemita, conforme registrou o Diário do Comércio, a Rodobens se viu obrigada a mudar de posicionamento diante da crise provocada pela pandemia da covid-19 no Brasil e no mundo. Nesta tarde, a companhia realizou demissão em massa. Anunciou, ainda, que os colaboradores que seguirem no trabalho terão os vencimentos reduzidos em 25%.
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O posicionamento oficial por parte da Rodobens conta com dois conteúdos. Primeiramente, divulgou-se um texto que foi direto ao ponto: 13% dos funcionários terão o contrato rescindido. Afirmando ter 3.800 funcionários, a demissão em massa impactará cerca de 500 postos de trabalho — ou, exatamente, 494 pessoas, número que, inclusive, foi destacado pelo portal de notícias DL News. Os cortes, segundo a companhia, ocorrem devido à pandemia.
“Baixa demanda provocada pela covid-19”
Posteriormente, o presidente da Rodobens, Líbano Barroso, apareceu em vídeo reforçando o teor da nota. O executivo avisou que os demitidos terão o plano de saúde estendido por quatro meses. Além disso, contarão com apoio para realização de treinamentos e até indicação profissional. A quem fica, ele avisou, contudo, que a redução salarial vai valer já a partir da próxima semana. Diminuição de vencimentos que, a saber, começará por ele mesmo, garante.
Sobre a Rodobens
Mesmo com a demissão em massa, a Rodobens seguirá, todavia, com mais de 3 mil funcionários. Com sede em São José do Rio Preto, no interior do Estado de São Paulo, a empresa está no mercado brasileiro há mais de 70 anos. Dizendo-se oferecer “soluções integradas e inovadoras nos segmentos de serviços financeiros e varejo automotivo”, ela atua, entretanto, em segmentos de consórcios automotivos e imobiliários. Opera, ainda, como banco e trabalha com seguros e locação de carros.
Leia, abaixo, a nota divulgada pela empresa
Nota oficial da Rodobens:
A saúde e a segurança dos 3.800 funcionários são prioridades permanentes das Empresas Rodobens. Diante do agravamento da pandemia do novo coronavírus, o grupo empresarial ampliou suas medidas preventivas e precisou se adequar à nova realidade estrutural, tomando a difícil decisão de rescindir o contrato de 13% dos colaboradores e aplicar temporariamente a redução de jornada de trabalho e salarial em 25%, com base na Medida Provisória (MP) nº 936, que visa preservar empregos e ajudar empresas a atravessarem este momento de baixa demanda provocada pela covid-19.
Foram consideradas, anteriormente, diversas alternativas para manter o quadro de funcionários completo, como a redução de compras e investimentos. No entanto, para manter a saúde financeira das empresas, essa decisão foi necessária.
Em respeito às pessoas, todos os integrantes do grupo foram comunicados nesta terça-feira (2 de junho). Os profissionais que deixaram a empresa contarão com um pacote de benefícios que inclui Plano de Saúde, até setembro, além de apoio para recolocação no mercado de trabalho e convite para participar de um programa com foco em empreendedorismo, os que aderirem ainda receberão notebook e pacote de dados para acesso à internet pelos próximos três meses.
Diante de uma situação tão desafiadora, imposta a instituições do mundo inteiro, as Empresas Rodobens lamentam a situação de pandemia e os desdobramentos necessários e agradecem a todos os colaboradores e familiares que sempre exerceram um papel fundamental na história do Grupo, que tem mais de 70 anos de tradição. A escolha difícil, mas responsável e prudente, considerando os impactos do momento atual, é fundamental para garantir que o Grupo mantenha sua contribuição para o desenvolvimento econômico do Brasil.
Desde março, o grupo segue em home office, cumprindo todos os protocolos e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das autoridades locais, monitorando a evolução do cenário e as orientações legais relativas à covid-19 para poder tomar as decisões mais adequadas diante do avanço da doença em todo o mundo.
É triste ver a economia de São Paulo ser destruída pelo seu governador aloprado.
Trabalhei 4 anos para esse grupo empresarial,. Se dizem muito éticos, mas não foi isso que vi lá, tendo saído justamente por discordar da postura da empresa nos negócios ( foi eu quem pedi para sair). Possuem uma extraordinária liquidez, que daria folgadamente para suportar esse período, mas a ganância falou mais alto.
Trabalho a 16 anos nessa empresa e discordo de você Marcio, mas respeito sua opinião.