O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, declarou nesta quarta-feira, 18, que a cobrança extra nas contas de luz deve continuar até o fim do ano.
A estiagem severa tem impactado as hidrelétricas, mantendo as bandeiras tarifárias de energia vermelhas, com possibilidade de passar para amarela, no melhor cenário.
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“Há uma grande tendência que a bandeira permaneça entre vermelha e amarela até o fim do ano”, disse Feitosa. “A bandeira tarifária é acionada para fazer frente aos custos futuros do sistema no próximo mês. Essa equação é bastante complexa e leva em conta muitas variáveis.”
O diretor explicou que o saldo de R$ 9 bilhões na Conta Bandeiras pode reduzir os custos adicionais aos consumidores, gerados pela ativação das usinas térmicas nos próximos meses.
Essa conta, formada pelo valor arrecadado através das bandeiras tarifárias, cobre despesas extras quando o custo de operação do sistema aumenta. Esse mecanismo tem sido usado intensamente, em virtude da crise hídrica.
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“Em princípio, não é tão preocupante”, declarou Feitosa. “Sob o ponto de vista climático, parece ser mais grave pelo que sentimos de mais calor, queimadas. Mas, do ponto de vista qualitativo e quantitativo, o sistema elétrico está muito melhor do que estava, com o crescimento das fontes renováveis.”
Apesar da gravidade da seca atual, Feitosa destacou que o sistema elétrico enfrenta uma situação menos crítica do que a registrada em 2021, quando o governo teve de contratar usinas térmicas emergenciais e criar a bandeira de escassez hídrica.
O nível médio das hidrelétricas, que se encontra em torno de 50%, proporciona uma certa estabilidade até o fim do período seco.
Bandeira tarifária e escassez de energia elétrica
No entanto, o foco agora é no período chuvoso. Se as chuvas forem insuficientes para reabastecer os reservatórios, o panorama pode se agravar em 2025. Atualmente, em setembro, vigora a bandeira vermelha nível 1, o que gera uma cobrança adicional de R$ 4,46 por cada 100 kWh consumidos.
As bandeiras tarifárias variam de acordo com as condições energéticas. A bandeira verde indica um cenário favorável, enquanto a vermelha, especialmente no patamar 2, representa um período mais desfavorável, com maiores taxas extras na conta de luz.