Saul Klein, o filho caçula do fundador da Casas Bahia, Samuel Klein, recorreu à Justiça para exigir que seus irmãos e sobrinhos devolvam R$ 2,5 bilhões em doações feitas pelo pai, que morreu em novembro de 2014. Ele argumenta que os valores deveriam ter partilha igual entre os herdeiros.
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Os advogados de Saul, Ricardo Zamariola e Kátia Vilhena Reina, defendem o fato de que Samuel Klein transferiu, em setembro de 2013, todas as suas ações na Via Varejo para empresas offshore pertencentes aos herdeiros Michael Klein, Eva Klein, Raphael Klein e Natalie Klein. Elas totalizaram 25,1% da empresa.
As transferências do fundador das Casas Bahia
O argumento dos advogados de Saul consiste na contestação dessas transferências, as quais, segundo eles, configuram doações. Para os juristas, os herdeiros devem devolvê-las.
“As transferências patrimoniais gratuitas de Samuel Klein configuram doações, cujos valores devem ser devolvidos pelos beneficiários para que sejam igualados os quinhões de todos na sucessão, escreveram os advogados de Saul Klein na petição. “Isso é o que determina a lei.”
O juiz José Francisco Matos avaliará o caso. Ele é da 4ª Vara Cível de São Caetano do Sul (SP).
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Esta ação é mais uma tentativa de Saul contra seu irmão Michael Klein, que é o inventariante do espólio. Inicialmente, Saul procurou incriminar Michael por suposta falsificação da assinatura de Samuel nos documentos, incluindo os das doações. Sem sucesso, agora ele tenta anular essas transferências.
Saul afirma que a fortuna deixada por Samuel deveria ser de cerca de R$ 3,5 bilhões, em vez dos R$ 500 milhões inicialmente considerados.
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