O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta terça-feira, 16, que a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras — com críticas públicas e a decisão de trocar o então mandatário da estatal, Roberto Castello Branco, em fevereiro — gerou um “custo econômico pesado”. As declarações foram dadas em entrevista à CNN Brasil.
No mês passado, Bolsonaro reclamou dos reajustes no preço dos combustíveis. Após o mal-estar com Castello Branco, o presidente decidiu trocar o comando da empresa e indicou o general Joaquim Silva e Luna para o posto.
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“O que dissemos ao presidente é que isso tem um custo econômico pesado. Se o objetivo era baixar o preço do combustível, o que aconteceu foi que os mercados começaram a subir o câmbio. A Petrobras perdeu valor”, reconheceu Guedes.
“O presidente mesmo falou que quer fazer isso organizadamente. Aí mostrou-se ao presidente que tem contratos, e o presidente da Petrobras não terá seu contrato renovado. Por quê? Quer se mexer nessa governança? Isso é uma questão em aberto ainda para o futuro. Vamos ver como o novo presidente da Petrobras vai enfrentar esse problema aí na frente”, prosseguiu o ministro.
Guedes disse ainda que a preocupação de Bolsonaro com os caminhoneiros, que compõem seu eleitorado cativo, é natural. O ministro da Economia afirmou também que ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) já haviam interferido, de diferentes formas, na governança da Petrobras.
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