Renegociações e repactuações de financiamentos pelos bancos e auxílio emergencial são responsáveis pelos números
A inadimplência no segmento de recursos livres, em que as taxas de juros são livremente definidas pelas instituições financeiras, caiu novamente em setembro e renovou a mínima histórica.
De acordo com os dados do Banco Central (BC) divulgados nesta segunda-feira, 26, a taxa de inadimplência estava em 3,1% no mês passado, frente a 3,3% em agosto, o menor nível da série começada em março de 2011.
Por causa disso, os bancos públicos diminuíram seu nível de provisionamento para o menor patamar registrado neste ano.
A queda da inadimplência tem ocorrido desde junho, mesmo com o temor da incapacidade de pagamento de empresas e famílias devido à crise do coronavírus.
No acumulado do ano, o recuo da inadimplência é de 0,6 ponto porcentual.
Renegociações e repactuações dos financiamentos e a possibilidade de postergação de parcelas instituída por bancos são vistas pelo BC como fatores que influenciam os resultados.
A concessão do auxílio emergencial também ajudou na recomposição de renda dos brasileiros.
O estoque total de crédito no país, incluindo também o crédito direcionado, subiu 1,9% em setembro sobre agosto, para R$ 3,810 trilhões, passando a 52,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a alta do crédito geral no país foi de 9,5% e, em 12 meses, de 13,1%.
Para 2020, o BC revisou para cima sua projeção de crescimento do crédito para 11,5%. Antes era de 7,6%. Isso aconteceu principalmente pela demanda acentuada de crédito das empresas em meio à pandemia, atendida tanto pela expansão do crédito livre como pelo crédito direcionado.