Não são eles os promotores da desigualdade em estado extremo no país
Em seu mais recente artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, o colunista de Oeste J.R. Guzzo reflete acerca da existência de “dois Brasis”: o das instituições, que prospera e manda em tudo, e aquele onde você e eu moramos, o que paga a conta.
“Só um país move essa guerra; o outro, sem defesa, apenas sofre as misérias que vêm dela. Basicamente, o país agressor é o Brasil onde habitam, prosperam e mandam os membros das nossas “instituições”. O país agredido é aquele onde você, e cerca de 200 outros milhões de brasileiros, têm de trabalhar todos os dias para viver”, observa Guzzo.
Segundo ele, antes da epidemia de coronavírus que trouxe prejuízos para a economia e para a saúde das pessoas, a projeção para os impostos arrecadados era R$ 3,4 trilhões. O dinheiro, é claro, seria utilizado para manter toda a estrutura obesa e mórbida do Estado brasileiro.
Com todos os privilégios que já têm, por que não pagam eles mesmos esses trocados?
Guzzo aponta para o Judiciário — cujos privilégios lembram a corte de Luis XIV, o “rei Sol”. Recentemente, conforme noticiou Oeste com exclusividade, o Supremo Tribunal Federal encomendou, a um custo de R$ 140 mil, cerca de 4.000 vacinas contra a gripe e o coronavírus — quem paga, portanto, é você.
“Com todos os privilégios que já têm, por que não pagam eles mesmos esses trocados? A resposta é um retrato perfeito dos dois Brasis descritos acima: não pagam porque podem meter a mão no seu bolso, de onde sai o dinheiro de todos os impostos, e tirar o dinheiro de lá”, afirma Guzzo.
Em momentos de crise, como a do coronavírus, o colunista lembra, por exemplo, que são muitos os parlamentares do Congresso Nacional que não querem abrir mão dos fundos partidário e eleitoral (ambos acumulam R$ 3 bilhões) para ajudar na luta contra a doença.
“Não são os ‘ricos’, os ‘empresários’, ‘o 1% do topo’, etc. que constroem a miséria nossa de cada dia. Não são eles os promotores da desigualdade em estado extremo no país. Não são eles que os impõem a ditadura dos privilégios. É essa gente que não admite, sequer, pagar a própria vacina”, conclui.