No texto A democracia do Foro de SP, deste domingo, 20, o jornal O Estado de São Paulo critica postura do Partido dos Trabalhadores (PT), de Luiz Inácio Lula da Silva. A legenda assinou, na última semana, um comunicado do Foro de São Paulo que reconhece a “vitória” do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela.
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Depois do pleito eleitoral, considerado fraudulento pela comunidade internacional, o Parlamento Europeu, órgão legislativo da União Europeia, aprovou uma resolução que reconhece Edmundo González Urrutia o presidente democraticamente eleito da Venezuela.
A organização avisou que vai fazer “tudo que estiver ao seu alcance para que o político tome posse em 10 de janeiro de 2025”. Depois disso, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, confirmou que o Gonzalez saiu vitorioso nas eleições de 28 de julho.
PT de Lula assina documento ‘obsceno’
Em seu editorial de opinião, o Estadão relata a incoerência do PT. Ao defender a autodeterminação da ditadura, a legenda ignora a crise humanitária e o autoritarismo do regime chavista. A crítica também se estende à influência do Foro de São Paulo, arquitetado por Lula e pelo ditador cubano Fidel Castro.
“O PT, partido do presidente Lula da Silva, aquele que liderou uma autointitulada ‘frente ampla pela democracia’ nas eleições presidenciais de 2022, subscreve o obsceno comunicado, que cospe na cara de todos e de cada um dos democratas que, arriscando a própria vida e a liberdade pessoal, enfrentam o déspota venezuelano”, afirmou o jornal.
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Ao que tudo indica, continua a publicação, pouco importa a fuga em massa dos venezuelanos desesperados em razão da deterioração econômica causada pela ditadura. Tampouco, o desespero daqueles que buscam escapar das garras do regime, que prende e tortura adversários.
“O que interessa, segundo se lê no comunicado do Foro de São Paulo, é defender a ‘soberania’ dos países latino-americanos contra o ‘imperialismo estadunidense'”, avalia o editorial. “Se milhares morrerem ou perderem seus direitos políticos no caminho, esse é o preço a pagar para a realização da utopia marxista”.
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