Em artigo publicado na Edição 154 da Revista Oeste, o jornalista Dagomir Marquezi escreveu sobre o ataque da “esquerda identitária’ às interpretações cinematográficas. O colunista elenca sete filmes que, depois de serem gravados e lançados, foram atacados pela militância “limpinha” por não colocarem para atuar os atores que tinham uma vida muito parecida com as dos personagens de ficção.
É o caso de The Lone Ranger (2013) que foi um fracasso de bilheteria, por ter escalado o branco Johnny Depp para o papel do índio Tonto. “Teria sido uma ótima maneira de um ator nativo norte-americano mostrar suas habilidades”, disseram os críticos.
“É esse o estranho mundo criado por essa chamada ‘esquerda identitária'”, explicou Marquezi. “Nesse mundo mental, um leitor pode ficar terrivelmente traumatizado se ler em algum livro que um personagem chamou o outro de ‘feio’. Para não traumatizar ninguém, apaga a palavra.”
Leia um trecho
“Esses desinfetantes de potenciais ofensas não se importam com quem discorda deles. Estão a serviço de uma causa superior. Eles não têm limites. Hoje estão substituindo “crioulo” por “pessoa negra”. Amanhã vão transformar James Bond num queer de origem latina. Sherlock Holmes e Watson, em um casal. Doutor Jivago, num criminoso. Vão apagar nos livros as “expressões colonialistas” dos discursos de Winston Churchill. Sua famosa frase de “sangue, suor e lágrimas” vai ser banida por representar “discurso de ódio”.
Mudar palavras num livro depende de nossa passividade. Se esses militantes não encontrarem resistência, vão manipular digitalmente filmes e séries, para que se encaixem nessa ideologia ofensiva que trata negros e homossexuais (entre outros) como seres frágeis e incapazes de se defender. Ian Fleming também não está aqui para defender a integridade de sua obra. Nem Bocage, nem Henry Fielding, nem Sófocles, nem William Shakespeare, nem José de Alencar, Miguel de Cervantes, Leon Tolstoy, Eça de Queiroz ou Lima Barreto.
Apagar e distorcer nosso passado vai tirar de nós a experiência da evolução. Vai nos fazer estacionar para sempre na areia movediça de um presente artificial, criado por militantes totalitários e alheios à realidade. Resistir é preciso a esses pequenos tiranos, até em nome das futuras gerações. Temos uma cultura e uma civilização a proteger deles. E podemos lutar com atos mínimos, muito simples.”
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Revista Oeste
A Edição 154 da Revista Oeste vai além dos textos de Dagomir Marquezi. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Augusto Nunes, Cristyan Costa, Ives Gandra Martins, J.R. Guzzo, Rodrigo Constantino, Ana Paula Henkel, Roberto Motta, Artur Piva, Evaristo de Miranda, Gabriel de Arruda Castro, Paula Schmitt, Frank Furedi, Joanna Williams e Bruno Meyer.
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Parabéns, Dagomir. É por aí.
Engraçado é ver “intelectual” reclamando do que eles mesmos criam. Coitados. Estudaram tanto e muitos são uns analfas.