Ao aliviar sanções à Venezuela, Biden cai na armadilha de Maduro

Ditador venezuelano quer o fim das sanções econômicas, mas não pretende realizar eleições livres

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Joe Biden quer restabelecer as relações com Nicolás Maduro
Joe Biden quer restabelecer as relações com Nicolás Maduro | Foto: Adam Schultz/Casa Branca

Dois altos funcionários da Casa Branca disseram a repórteres neste mês que os Estados Unidos pretendem aliviar as sanções impostas à Venezuela, que, entre outras coisas, proíbem as empresas norte-americanas de se envolver com a indústria petrolífera do país sul-americano.

Como mostra a colunista Mary Anastasia O’Grady, em artigo publicado no The Wall Street Journal, o ex-presidente Donald Trump estabeleceu essas medidas em 2019 e as reforçou em 2020, em uma tentativa de pressionar a ditadura chavista a libertar presos políticos e a realizar eleições livres.

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“Mas Nicolás Maduro não aceitou se sentar à mesa para negociar”, diz Mary. “A concessão do presidente Joe Biden alarmou os defensores da democracia em todo o Hemisfério Ocidental. Eles estão preocupados com a hipótese de os Estados Unidos estarem caminhando na ponta dos pés em direção a uma reaproximação com o ditador venezuelano.”

O senador democrata Robert Menendez resumiu a mais recente iniciativa de Biden: “Uma estratégia destinada ao fracasso”. Os efeitos potenciais dessa medida nas eleições para o Senado, que ocorrerão em novembro, fizeram a Casa Branca retroceder. Juan Gonzales, diretor-sênior do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental, disse à agência de notícias Bloomberg que qualquer alívio às sanções não melhoraria a vida do venezuelano comum; ao contrário, faria o dinheiro chegar aos bolsos do regime.

No entanto, Washington voltou a permitir que a empresa norte-americana de energia Chevron volte a fazer negócios na Venezuela. O sobrinho da esposa de Maduro, outrora alvo de sanções norte-americanas, também está livre.

“Qualquer uma dessas medidas representaria mudanças na política dos EUA, por menores que fossem”, ressaltou a colunista. “Reportagens da imprensa mostram que as autoridades do país estão sendo servidas como ‘cenouras’ para Maduro, em uma tentativa de restabelecer as negociações sobre a retomada da democracia na Venezuela. Nesse caso, o regime não mordeu a isca.”

A equipe de Biden é povoada por veteranos da administração Barack Obama, que visitou Havana em 2014-2015. “O 44º presidente norte-americano normalizou as relações com Cuba e pressionou os laços comerciais entre os dois países”, observou Mary. “Em 2016, enquanto centenas de prisioneiros políticos apodreciam em masmorras cubanas, Obama viajou para a ilha e posou para fotos com Raúl Castro em um jogo de beisebol.”

De lá para cá, Havana aumentou a repressão sem precedentes, principalmente depois das manifestações de 11 de julho de 2021. Contudo, no início deste mês, Biden suspendeu o limite estabelecido por Trump sobre o envio de remessas para a ilha. O democrata também removeu algumas restrições de viagem e abriu as portas para o financiamento de empresas cubanas pelos EUA.

“Essas mudanças aumentarão o fluxo de dólares para os militares cubanos, aliados da Rússia”, observa a colunista. “As medidas são difíceis de conciliar com as advertências de Gonzalez sobre o abrandamento unilateral das sanções à Venezuela.”

O problema dessa história, diz Mary, é que o regime venezuelano está em supostas negociações há 20 anos. “Se apenas concordar em voltar à mesa é suficiente para Maduro obter o alívio das sanções, os EUA estão entrando deliberadamente em uma armadilha — novamente”, concluiu.

Leia mais: “Biden conduz economia dos EUA para o precipício”

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6 comentários Ver comentários

  1. ESSES DEMOCRATAS NÃO APRENDEM NUNCA….E SEMPRE INICIAM GUERRAS E INTERVENÇÕES DESNECESSARIAS….QUALQUER SEMELHANÇA A INOPERANCIA DAS ESQUERDAS, NÃO É MERA COINCIDENCIA

  2. Como o Biden podera confiar em Maduro o mega traficante ditador venezuelano?
    Nao ha logica nenhuma nao e mesmo?
    Eleicoes com Maduro no poder?
    Piada pronta simples assim
    Ha algo podre nesta politica externa do Tio Sam nao e mesmo?

  3. Bidê tá querendo ser ditador e NÃO sair mais da presidência.
    Faz de tudo para destruir a economia mundial.
    Promovendo guerra com a Rússia, a maior produtora de fertilizantes, rixc.a em minerais,
    Faz de tudo para acabar com o agro no Brasil, seu maior concorrente.

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