Em visita ao Brasil, o chanceler paraguaio, Euclides Acevedo, pediu ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para obter vacinas contra a covid-19. O presidente Jair Bolsonaro mantem boas relações com o governo paraguaio.
O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, afirmou que o Brasil dará prioridade ao Paraguai quando estiver pronto para “começar a cooperar internacionalmente no provimento de vacinas”. A esperança é que novas doses deem fôlego ao presidente Mario Abdo Benítez que enfrenta protestos contra atrasos no programa de imunização.
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Na quarta-feira 17, mesmo dia da visita de Acevedo, a maioria dos parlamentares paraguaios decidiram arquivar uma denúncia por má gestão no combate à crise sanitária. Assim, não será aberto um processo de impeachment contra Benítez. Ele ainda sofre pressão para renunciar.
Após pedido, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, doou 20 mil doses aos paraguaios no início de março.
Itaipu
Em razão da pandemia, os chanceleres decidiram adiar o início da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que vence em 2023, e trata da comercialização e dos preços da energia gerada pela usina binacional. Os ministros disseram que pretendem começar as discussões “em breve”.
Assinado em 1973 pelos governos militares, o Anexo C prevê que cada país tem direito à metade da energia gerada pela usina e determina a venda ao outro do que não utilizar.
O Paraguai defende que o excedente possa ser comercializado com outros países e argumenta que o Brasil paga barato pela energia a mais que compra. O anexo será revisto porque a dívida de construção da usina estará quitada.
Em 2019, os países assinaram um acordo estabelecendo a compra da energia até 2022. Na prática, os termos elevariam custos à estatal de energia paraguaia, em cerca de US$ 200 milhões. Por isso, motivou um pedido de impeachment do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. A negociação com a Eletrobrás foi refeita, sem elevação de custos tarifários.
Com informações do Estadão Conteúdo