As urnas de Portugal foram abertas às 8h (horário local) deste domingo, 10, para os cidadãos escolherem o novo Parlamento. As eleições portuguesas devem demonstrar um avanço da direita depois de 8 anos de governo socialista.
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As eleições legislativas eram esperadas para 2026, mas foram convocadas depois que o então primeiro-ministro António Costa, de 62 anos, renunciou ao cargo. Ele foi alvo de uma investigação por tráfico de influência que envolveu uma busca em sua residência oficial.
O ex-premiê assumiu o governo de Portugal em 2015, quando foi eleito pelo Parlamento em uma aliança com a esquerda radical. O socialista cumpriria o terceiro mandato como primeiro-ministro, mas renunciou em novembro. Ele não é acusado diretamente, mas declarou que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade”.
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A imigração é um dos temas centrais desta eleição. O número de estrangeiros em Portugal ultrapassou 1 milhão em 2023, o que corresponde a 10% da população de 10,3 milhões de habitantes. Dos estrangeiros, 40% são brasileiros, cerca de 400 mil.
Portugal tem sofrido com o envelhecimento da população e baixas taxas de natalidade. Com isso, o país depende de trabalhadores estrangeiros para a manutenção de atividades econômicas, especialmente na agricultura e no setor de comércio e serviços.
Por causa desses problemas, o país facilitou a regularização de estrangeiros que entram no país como turistas, mas ficam para viver e trabalhar, mesmo sem a documentação correta.
O sistema favorece principalmente os moradores de países que falam língua portuguesa. Isso tem gerado um descontentamento na população portuguesa que tende a votar em candidatos com discursos mais incisivos contra a facilitação da imigração.
Partidos de direita criticam política de imigração
Os partidos mais à direita têm realizado duras declarações sobre o tema, especialmente o Chega, sigla considerada radical por parte da imprensa. O partido defende a criação de cotas para entrada de imigrantes.
A Aliança Democrática (AD), uma coligação com partidos de direita, também fez críticas à imigração. O ex-premiê Pedro Passos Coelho, do Partido Social Democrata (PSD), associou a insegurança no país à entrada de estrangeiros.
“Lembro-me de uma intervenção em 2016 em que eu disse que precisamos ter um país aberto à imigração, mas ‘cuidado, porque precisamos de ter também um país seguro’”, disse Coelho. “O governo [socialista] fez ouvidos moucos disso. Na verdade, hoje as pessoas sentem uma insegurança que é resultado da falta de investimento que se deu a essas matérias.”
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Entretanto, segundo a imprensa portuguesa, a criminalidade violenta e grave caiu 7,8% em 2022 no país, comparado com 2019, último ano antes da pandemia. No período, a população estrangeira legal cresceu 90% em Portugal.
Na disputa eleitoral, o discurso do AD tem ganhado mais adeptos que o Partido Socialista (PS), que é o atual governo. De acordo com pesquisas da Universidade Católica Portuguesa, divulgadas na quinta-feira 7, a coligação de direita tem 34% das intenções de votos enquanto os socialistas têm 28%. Em terceiro lugar, o Chega marca 16% dos votos. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.
Eleição em Portugal
Os portugueses votam diretamente nos partidos; não é possível escolher um candidato específico. As siglas organizam uma lista de candidatos e depois de eleitos votam para a escolha de um primeiro-ministro.
Do lado socialista, o ex-ministro da Infraestrutura Pedro Nuno Santos assumiu a liderança do PS. O ex-primeiro-ministro, que renunciou ao cargo em novembro, pertence ao partido. Santos tem a missão de reconduzir a sigla de volta ao governo de Portugal e aposta em uma campanha pelo voto útil e defende que o partido é uma opção “segura” para o país. “Não podemos dispersar os votos”, disse.
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Já na direita, que tem liderado a disputa deste ano, Luís Montenegro é o principal nome e está à frente da AD. A coalizão esteve no poder antes da entrada do governo socialista. Em busca do voto dos indecisos, Montenegro tem focado nos aposentados que migraram o voto ao Partido Socialista depois que a direita fez um reajuste fiscal quando esteve no governo.
Considerado por muitos portugueses como direita radical, o Chega tem ganhado força na política de Portugal. Encabeçado por André Ventura, que era comentarista esportivo, a sigla aposta no discurso contra o sistema, contra a corrupção e contra a imigração.
Nestas eleições, o partido deve se tornar a terceira maior bancada do Parlamento. O Chega pode ser base para uma possível eleição de Montenegro, já que os democratas não devem eleger parlamentares suficientes para eleger um premiê. Porém, a Aliança Democrática nega, inicialmente, uma intenção de negociar com o Chega no futuro.
Assim como se sobe uma escada, degrau a degrau, a direita vai eliminando os comunistas.
VOTO SECRETO !
CONTAGEM PÚBLICA !
Não apareceu nenhum ministro por lá ?
#DEMOCRACIA
Só cego não enxerga que o socilismo é deletério e ditatorial.
Que os conservadores e libertários voltem ao poder.