Sheynnis Palacios, coroada a Miss Universo 2023, se tornou um problema para Daniel Ortega, ditador da Nicarágua. Em 2018, ano em que os protestos contra Ortega tiveram o resultado mais violento, Sheynnis estava entre os manifestantes.
Naquele ano, o povo nicaraguense foi às ruas e pediu a renúncia de Ortega. O regime varreu os protestos. A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) estima que 355 pessoas foram mortas. As organizações locais calculam 684. O governo admite o número de 200. Um opositor foi acusado de terrorismo e condenado a 216 anos de prisão.
Sheynnis Palacios nasceu em 30 de maio de 2000 e foi coroada no 72º concurso do Miss Universo em 18 de novembro, em El Salvador. É formada em comunicação social pela Universidade Jesuíta Centroamericana, que foi fechada pelo regime. Os exilados da Nicarágua se tornaram fãs da modelo e comunicadora.
Ortega vê a Miss Universo como uma ameaça, diz refugiada da Nicarágua
Em Manágua, capital da Nicarágua e maior cidade do país, os nicaraguenses voltaram às ruas para celebrar a vitória de Sheynnis no Miss Universo. Os atos também aconteceram em outras cidades do país, formando um movimento popular que não se via desde 2018.
Rosario Murillo, vice-presidente da Nicarágua, esposa de Ortega e chefe do Judiciário do país, criticou as comemorações.
“Nestas horas e nestes dias de novas vitórias, vemos o oportunismo grosseiro e a rude e maligna comunicação terrorista”, disse Rosario em nota. Ela disse que as manifestações pretendem “transformar um lindo e merecido momento de orgulho e celebração em golpismo destrutivo”.
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Sheynnis Palacios é a primeira centro-americana a vencer o Miss Universo. Na semana passada, a ditadura de Ortega impediu que dois artistas locais, Kevin Laguna Guevara e Oscar Danilo Parrilla Blandón, conhecidos como Vink Art e Torch Místico, completassem um mural em homenagem a Sheynnis Palacios.
A arte estava sendo produzida em uma propriedade privada em Estelí, a 149 km ao norte de Manágua. Ela foi coberta com tinta branca. Torch Místico explicou aos seguidores do Instagram que a arte não foi finalizada por ordem de Ortega.
“Esse foi o fim do mural”, disse o artista. “Tínhamos intenções de finalizar. “Mantivemos a nossa palavra. Mas as autoridades não nos permitiram continuar”. Depois da vitória de Sheynnis, a ditadura de Ortega também proibiu a volta da diretora da versão nicaraguense do concurso no país, Karen Celebertti.
“Para Ortega, a Miss Universo é um lembrete de 2018”, disse Rosa — nome fictício por razões de segurança —, refugiada da Nicarágua, em entrevista a Oeste. “Pode não ser seguro para ela ficar no país. Agora a situação está muito perigosa para ela. E a única coisa que ela fez foi protestar contra Ortega.”
Leia entrevista completa de Rosa a Oeste: ‘Não há liberdade, a ditadura de Ortega está corroendo todos as áreas da vida na Nicarágua’
Mais um amiguino do Molusco fazendo burrada.
O regime autoritário começa dessa maneira.
Gradativamente vão tomando algumas atitudes que são aceitas pelos cidadãos menos esclarecidos, e no final todo mundo toma no rabo ( inclusive os isenções ).
Isentões
Lula está levando o Brasil para o mesmo caminho que seu amigo, Daniel Ortega, levou a Nicarágua. Uma das coisas que Ortega, Maduro e Lula tem em comum é possuírem mulheres horrorosas e malignas.