A maioria das lojas da Droga Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo, entre outras grandes redes, já não tinha o remédio disponível na noite desta quinta
A cloroquina, medicamento usado há mais de 70 anos no combate aos efeitos da malária e no tratamento de artrites reumatoides, desapareceu das prateleiras das farmácias brasileiras depois de divulgados seus efeitos positivos no combate ao coronavírus.
Nesta quinta-feira, 19, o presidente Donald Trump determinou que a entidade reguladora de medicamentos dos Estados Unidos acelerasse o processo de aprovação para potenciais terapias que tenham efeito contra a doença, entre elas a cloroquina. A decisão de Trump ocorreu um dia depois de o grupo francês Sanofi anunciar que pode disponibilizar rapidamente milhões de doses do remédio.
Quase instantaneamente, uma corrida às farmácias fez com que o remédio, que no país é conhecido como Reuquinol, sumisse das drogarias paulistanas. A maioria das lojas da Droga Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo, entre outras grandes redes, já não tinham o medicamento na noite desta quinta.
Um vídeo publicado nas redes sociais pelo médico oftalmologista Claudio Lottenberg confirma os efeitos positivos da droga: “De fato tem um estudo francês, alguma coisa levantada na China e também discutida nos Estados Unidos, e parece que essa medicação tem um efeito dentro da célula, mexendo com o PH celular e, com isso, interferindo na multiplicação do vírus dentro da célula”, explicou. “Portanto, pode ter um efeito positivo nos casos em que existe a doença”.
Em seguida, o médico pondera: “Estou preocupado, porque tem muita gente saindo para comprar para tomar profilaticamente isso”, conta. “Não é para fazer dessa forma. Isso depende de prescrição médica”.
O infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Albert Einstein, confirma que existem trabalhos que sustentam a ação benéfica da cloroquina no combate ao coronavírus. Agora, é necessária a liberação do seu uso pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde. “Apesar disso, essa droga não pode ser usada de maneira alguma para a prevenção”, alerta. “Além de prejudicar o organismo, essa atitude pode comprometer os estoques e causar a falta do remédio para quem realmente precisa”.
Embora os resultados ainda precisem ser testados, no dia em que acontece a sétima morte no Brasil causada pela doença, não deixa de ser uma excelente notícia.
Concordo.
Se não contarmos com a lucidez e solidariedade das pessoas, talvez fosse o caso de vincular a venda do medicamento à retenção da receita médica.