Depois das eleições presidenciais na Venezuela, Darien Gap, localizado entre a Colômbia e o Panamá, virou uma das principais rotas de fuga em massa da população do país. Em meio à selva mais perigosa do mundo, os imigrantes arriscam a própria vida para escapar da ditadura de Nicolás Maduro, que vai governar em seu terceiro mandato por mais seis anos.
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Mais de 500 mil de migrantes, um número recorde, cruzaram o Darien em 2023. Desses, 65% eram venezuelanos, segundo a agência de notícias Associated Press.
Mas, de acordo com o Ministério da Segurança do Panamá, houve um aumento acentuado de pessoas cruzando Darien Gap em 2024. Os registros mostram que 25.111 migrantes passaram pelo local no mês passado, 51% a mais que em agosto. Aproximadamente 80% deles eram venezuelanos. Eles buscam, como destino final, chegar aos Estados Unidos, onde tentariam uma vida melhor.
Veja imagens da fuga em massa por meio de Darien Gap:
Colombian news outlets are reporting a massive surge in migrants, mostly Venezuelans, crossing the Darien Gap in their trek northward to the United States.
— Dr. Ben Braddock (@GraduatedBen) October 4, 2023
Just a few years ago it was almost unheard of for anyone to try to get through the Gap. There are no roads, only jungle. pic.twitter.com/P4lnyNKMXS
Fuga de população da Venezuela depois de reeleição de Maduro chama atenção global
O fluxo migratório nessa região fronteiriça tem chamado atenção global. “A repressão depois das eleições de 28 de julho de 2024 na Venezuela levou a um aumento na imigração”, constatou a organização Refugees International, em um relatório.
Esse documento foi baseado em dezenas de entrevistas com migrantes, em estações de recepção no Panamá e na Costa Rica.
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Desde que assumiu o posto, em 1º de julho, o presidente panamenho, José Raúl Mulino, prometeu conter a migração, fechando vários pontos de acesso.
“As medidas migratórias e a retórica do governo panamenho poderiam ter desencorajado temporariamente a migração, mas não a longo prazo”, disse a organização.
Ainda conforme o relatório, quando finalmente saem da travessia de Darien, os migrantes não encontram a devida ajuda humanitária do governo do Panamá. Eles enfrentam ameaça de deportação.
QUEM SABE UM DIA SEREMOS NÓS.
São migrantes, não imigrantes. Só nos cabe falar de imigrantes do ponto de vista do país que recebe, em nosso caso o Brasil mesmo.