Os deputados federais do Partido Republicano, nos Estados Unidos, marcaram a primeira audiência pública do inquérito do impeachment do presidente Joe Biden para 28 de setembro.
Nesta terça-feira, 19, um porta-voz do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos disse que a audiência vai se concentrar em “questões constitucionais e legais que cercam o envolvimento do presidente na corrupção e no abuso de cargos públicos”.
Antes da realização da audiência, um painel liderado pelo deputado republicano James Comer, do Kentucky, planeja intimar os registros bancários de Hunter Biden, filho do presidente, e de James Biden, irmão do presidente.
Hunter e James Biden, que possuem interesses comerciais no exterior, estão no centro do inquérito de impeachment anunciado pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy, da Califórnia.
As audiências vão determinar se fundos de países como China e Ucrânia foram parar na fortuna de Joe Biden, o que pode desencadear uma longa disputa judicial sobre o direito do Congresso à informação, segundo o jornal norte-americano New York Post.
Impeachment de Joe Biden: democrata teria usado influência em negócios do filho enquanto ainda era vice de Obama
“O Comitê de Supervisão continuará a seguir as evidências e o rastro do dinheiro”, disse McCarthy ao jornal. “Para fornecer a transparência e a responsabilidade que os norte-americanos exigem de seu governo.”
Para James Comer, Hunter Biden e outros membros da família presidencial participaram de um esquema de tráfico de influência para lucrar com o poder político de Joe Biden.
O presidente dos Estados Unidos interagiu rotineiramente com os parceiros de negócios internacionais de seu filho e seu irmão quando atuava como vice-presidente de Barack Obama. Uma mensagem recuperada do computador de Hunter Biden mostra o filho se queixando de ter de pagar “metade” de seu rendimento ao pai.
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Os republicanos ainda não determinaram se Joe Biden recebeu dinheiro de negócios em países onde exerceu influência como vice-presidente. Mas eles estão investigando a denúncia de um informante pago do FBI de que Joe e Hunter Biden receberam US$ 10 milhões em subornos da empresa de gás ucraniana Burisma.
Biden teria ajudado a expulsar o procurador-geral Viktor Shokin, que estava investigando a empresa, segundo o jornal. A reportagem também diz que a Burisma teria pago até US$ 1 milhão por ano a Hunter Biden, desde 2014, quando Joe Biden passou a controlar a política de administração de Obama na Ucrânia.
O comitê republicano do impeachment de Joe Biden ainda investiga a ligação da família presidencial com dois empreendimentos comerciais chineses e suas interações com associados no Cazaquistão, Rússia e México.
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Em 31 de julho, Devon Archer, ex-parceiro de negócios de Hunter Biden, disse ao Comitê de Supervisão que Joe Biden estava no viva-voz durante cerca de 20 reuniões de negócios do filho. Ele também disse que o presidente jantou duas vezes em Washington DC com clientes do Leste Europeu e da Ásia Central. Ele também citou uma reunião em Pequim.
Archer deve enfrentar uma pena de prisão por fraude. Ele disse que Hunter Biden e dois líderes da Burisma se afastaram de uma reunião em 2015, em Dubai, para ligar para o então vice-presidente.
Isso antes de Joe Biden supostamente pegar autoridades norte-americanas desprevenidas ao vincular US$ 1 bilhão em garantias de empréstimos dos Estados Unidos para a derrubada de Shokin.