O empresário chinês Yu Donglai, fundador da rede de supermercados Pang Dong Lai, lançou uma nova política de benefícios chamada “licença por infelicidade”. A medida permite que funcionários insatisfeitos tirem um dia de folga sem aprovação dos superiores.
Segundo o portal People’s Daily, há um limite de dez folgas anuais. Além disso, a empresa adotou uma jornada de trabalho de sete horas diárias.
Sandra Teschner, fundadora do Instituto Happiness do Brasil e consultora em ciência da felicidade, explicou ao jornal Folha de S.Paulo que o caso da Pang Dong Lai é específico. “A folga por infelicidade em si não tem nenhum grande benefício, porque entende que o dia de desagrado é a expressão da infelicidade, quando, na realidade, ele costuma ser uma emoção passageira”, explica.
Ela destacou que a felicidade no trabalho envolve vários pilares, como emoções positivas e negativas, sentido e propósito alinhados à cultura organizacional e o engajamento dos funcionários. “Se a ideia envolve tarefas voltadas a esse conjunto, então está perfeito, mas ela deve estar dentro de um processo maior”, afirma.
Por outro lado, Ana Cristina Limongi-França, professora sênior de engenharia de produção na USP, vê a ideia como criativa e um respiro para os funcionários.
“A gente precisa considerar que, quando a pessoa está muito cansada e infeliz, ela não consegue trabalhar”, disse. “Quando o indivíduo está nessa situação, é comum que uma tensão seja criada no ambiente como um todo.”
Regras trabalhistas
No Brasil, Larissa Salgado, advogada trabalhista do Silveiro Advogados, explicou à Folha que, além das licenças previstas na CLT, outras leis também podem prever licenças remuneradas.
“Hoje, quando falamos de licenças remuneradas, todas devem estar previstas em leis, e o empregado precisa apresentar um atestado ou uma prova da causa da licença”, afirma. No país, não há um afastamento similar ao implementado pelo empresário chinês.
“Quando falamos de licença por questões emocionais, nós falamos de uma licença médica que precisaria de um atestado de até 15 dias”, aponta Larissa. Ela ressalta que, em casos em que o funcionário desenvolve transtornos emocionais e psicológicos, como depressão, ansiedade e síndrome do pânico, a empresa é obrigada a conceder a folga.
Qual é a licença mais comum no Brasil?
A licença-maternidade é uma das mais conhecidas entre os trabalhadores brasileiros, garantida pela Lei nº 5.452, que assegura à empregada gestante o direito a 120 dias em casa, sem prejuízo do emprego e do salário.
Outras licenças previstas no Brasil incluem licença-paternidade, licença para casamento, licença para óbito, licença médica, licença para serviço militar obrigatório, licença para doação de sangue, licença para alistamento eleitoral e licença para comparecer a juízo.
Ana Cristina Limongi-França avalia positivamente a medida implementada por Yu Donglai, mas ressalta a importância de garantir que a nova política realmente aumente a performance, saúde, respeito e autonomia dos trabalhadores.
“Precisamos ver como é feito o contrato desses benefícios, se há alguma compensação e outros sinais desse gênero”, diz. “Ter uma visão cuidadosa não só dessa medida, como de outros produtos vendidos como benefícios, é crucial para garantir seu pleno funcionamento e para reduzir a sobrecarga dos funcionários.”
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99,99% dos brasileiros estao infelizes porque tem que trabalhar todos os dias, assim é a cultura do Brasil Bostil, pragado de socialistas comunistas. Trabalhar é um privilegio, mas tem gente que define como um martirio.