Um ex-engenheiro de software da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) foi condenado a 40 anos de prisão por roubar e divulgar informações sigilosas do governo norte-americano ao site WikiLeaks.
De acordo com os promotores, Joshua Schulte, de 35 anos, esteve envolvido na maior violação de dados na história da agência. A decisão foi anunciada na quinta-feira 1º pelo juiz distrital Jesse Furman.
O ex-funcionário da CIA foi considerado culpado por espionagem, invasão de computadores, desacato à Corte e declarações falsas ao Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês).
Condenação do ex-funcionário da CIA
Schulte também foi condenado pela posse de imagens de pornografia infantil. Os arquivos estavam criptografados e foram encontrados pelos agentes em seus computadores.
O ex-funcionário teria encaminhado 8.761 documentos ao site WikiLeaks. Os promotores descreveram as ações de Schulte como a maior violação de dados na história da CIA.
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Schulte trabalhou para a CIA durante seis anos e tinha amplo acesso a dados de segurança. O engenheiro de software disse ser inocente. Os advogados afirmaram que o homem tem uma “neurodivergência não diagnosticada”.
Preso desde 2017, o engenheiro de software já havia sido considerado culpado pelos crimes em 2022 e aguardava a definição do tempo da pena. Ele chegou a recorrer, mas em agosto do ano passado um juiz manteve a maior parte da condenação.
WikiLeaks
O vazamento das informações teve repercussão internacional. Os dados foram repassados à WikiLeaks, organização liderada pelo jornalista australiano Julian Assange, que está preso no Reino Unido por expor milhares de documentos secretos de diversos países.
O site publicou, em 2017, materiais que diziam respeito à forma como a CIA vigiava os governos estrangeiros, supostos extremistas e outras autoridades. Algumas das informações teriam sido repassadas por Schulte.
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Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi preso em 2019 no Reino Unido e está em uma penitenciária de segurança máxima.
Em 2022, a então ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, aprovou a extradição do jornalista para os EUA.
Ele é procurado pelas autoridades norte-americanas devido a 18 acusações criminais, incluindo espionagem relacionada ao vazamento, via Wikileaks, de registros militares e telegramas diplomáticos confidenciais que, de acordo com o governo norte-americano, colocou vidas em perigo.
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