Um grupo composto por sete filhos de ex-presidentes da Venezuela solicitaram, por meio de uma carta, que as Forças Armadas do país respeitem a vitória do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e a mobilização popular dos cidadãos. O documento foi divulgado na sexta-feira 2.
“Nós, filhos daqueles que foram comandantes em chefe das Forças Armadas nacionais por decisão livre e democrática do povo venezuelano, dirigimo-nos a todos vocês [militares] para pedir respeito à vontade popular expressa de forma contundente no último dia 28 de julho”, diz a carta.
#ÚLTIMAHORA | Los hijos de todos los expresidentes de la democracia venezolana le envían un mensaje a la Fuerza Armada Nacional:
— Orlando Avendaño (@OrlvndoA) August 2, 2024
"Nosotros, hijos de quienes fueron Comandantes en Jefe (…) Los exhortamos a que hagan respetar la decisión libre y democrática del pueblo" pic.twitter.com/EWRp4CAHZV
Para os signatários da carta, ficou claro que Edmundo González foi eleito e reconhecido como presidente da Venezuela, tanto pelo povo do país quanto pela comunidade internacional. “Exortamos vocês [Forças Armadas] a respeitar a decisão livre e democrática do povo, na qual reside intransferivelmente a soberania, conforme estabelece a Constituição”, concluíram.
A carta é assinada por:
- Sonia Gallegos, filha do ex-presidente Rómulo Gallegos;
- Virginia Betancourt, filha do ex-mandatário Rómulo Betancourt;
- Luisana Leoni, filha do ex-presidente Raúl Leoni;
- Andrés Caldera, filho do ex-presidente Rafael Caldera;
- Carolina Pérez, filha do ex-presidente Carlos Andrés Pérez;
- Luis Fernando Herrera, filho do ex-presidente Luis Herrera; e
- Álvaro Lusinchi, filho do ex-presidente Jaime Lusinchi.
Os mandatários citados governaram o país entre os anos de 1959 e 1999, quando Hugo Chávez foi eleito. O governo de Chávez foi o principal responsável pela implantação da ditadura na Venezuela.
Por esta razão, o regime atualmente comandado pelo ditador Nicolás Maduro é conhecido como “chavista”, uma referência ao sobrenome de seu antecessor.
Oposição também mandou recado para os militares
Na terça-feira 30, a líder da oposição, María Corina Machado, fez uma declaração similar. “O seu dever é defender a soberania popular e o povo venezuelano”, disse a ex-deputada. “Os militares viram com seus próprios olhos o triunfo de um país diante da tirania.”
Seu posicionamento foi reforçado por Edmundo González, também na terça-feira. “Vocês [Forças Armadas] sabem o que aconteceu no domingo 28″, afirmou o opositor do ditador Nicolás Maduro, em vídeo publicado nas redes sociais. “Cumpram com seu juramento. A Constituição está sobre todos.”
Ele disse que sua solidariedade “está com o povo diante da justificada indignação”. Além disso, González lamentou a repressão dos soldados do regime aos manifestantes que estão nas ruas.
“Lamentavelmente, nas últimas horas, temos notícias de pessoas que morreram, dezenas de feridos e presos”, disse González. “Pedimos às Forças Armadas para que respeitem a vontade do povo venezuelano, expressada em 28 de julho.”
Nesse sentido, González pediu para que as forças policiais parem de reprimir os manifestantes que estão nas ruas de forma pacífica.
Como funcionam as Forças Armadas na Venezuela?
Na Venezuela, as Forças Armadas são comandadas pelo presidente da República, que é também o chefe supremo das forças militares. Desde o início do governo de Chávez, o papel das Forças Armadas tem sido ampliado, envolvendo-se não apenas em funções de defesa, mas também em áreas como segurança interna e gestão de recursos.
O ministro da Defesa, que responde diretamente ao presidente, é o responsável por coordenar as operações diárias das Forças Armadas e garantir a implementação das “políticas de segurança nacional”.
As Forças Armadas venezuelanas também são usadas como uma ferramenta política para sustentar o regime atual. A influência militar é significativa, com altos oficiais frequentemente ocupando cargos-chave no governo e em instituições estatais.
Essa estrutura fortalece a capacidade do governo de manter controle sobre a população e a oposição, consolidando o poder do executivo e desestabilizando qualquer movimento contrário ao regime.
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Eles são pobres inocentes, gente pura que acredita que haja virtude na farda. Apelar para milicos é mico na certa. Milicos são vendidos, são covardes, são sanguessugas. Jamais um milico vai apoiar o povo, não vão comprar uma briga que eles entendem que não é deles. Preferem lamber as botas de quem lhes paga o soldo porque isso não dá muito trabalho.
Principalmente um exército cooptado por Russos e Chineses.
Aí, perdeu Mané …!