Agricultores da França despejaram toneladas de esterco e lixo no prédio da Prefeitura de Creuse, na região central do país. Os manifestantes jogaram os dejetos na entrada de uma delegacia local. O ato ocorreu em 24 de janeiro, na esteira da onda de protestos que teve início no mesmo mês.
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Com 300 tratores, os manifestantes jogaram uma mistura líquida com esterco que entupiu bueiros e infiltrou os escritórios dos prédios. De acordo com a rádio estatal France Bleu, o trabalho de limpeza durou vários dias.
Os franceses são fodas. Quando eles estão putos eles guilhotinam seus líderes ou então jogam merda com uma draga na porta do governo pic.twitter.com/A1acC7qdeJ
— História No Paint (@HistoriaNoPaint) November 25, 2018
Segundo informações, os agricultores franceses têm uma série de denúncias contra o governo francês e também contra a União Europeia (UE). Eles reclamam, por exemplo, da queda de receita, das baixas aposentadorias, da complexidade administrativa, da inflação das normas ambientais e da concorrência estrangeira. Os protestos ocorrem em meio à discussão de um eventual acordo comercial entre a UE e o Mercosul.
“Agricultores em fúria”
Os produtores rurais que vêm se manifestando contra o governo do presidente da França, Emmanuel Macron, receberam o apelido de “agricultores em fúria”.
Muitos agricultores de países da Europa se queixam da concorrência desleal com produtos que chegam de fora do continente europeu a preços mais baixos. As commodities vindas do exterior são produzidas sem as restrições impostas pela UE.
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Na última quinta-feira, 1º, Macron se manifestou sobre o caso em seu perfil no Twitter/X. O presidente francês afirmou que pretende “alterar a lei para melhorar os contratos tripartidos entre produtores, processadores e distribuidores”.
Conforme a publicação, Macron defendeu “menos normas e menos burocracia”, de modo a avaliar as restrições impostas aos agricultores da França.
Que demandent nos agriculteurs ?
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) February 1, 2024
Ils veulent pouvoir produire une alimentation de qualité tout en vivant dignement de leur travail, de manière plus apaisée.
C’est plus que légitime.
Mes engagements à leurs côtés :…
Em contrapartida, a deputada francesa Martine Etienne criticou o ato em suas redes sociais, em 30 de janeiro. “Hoje à tarde, o ‘agricultores em fúria’ colocou esterco na frente do meu escritório”, contou a parlamentar. “Apesar de termos tido uma reunião esta noite com os sindicatos agrícolas.”
Cet après midi les #agriculteursEnColere ont déposé du fumier devant ma permanence. ???? Aors même que nous avions rendez-vous ce soir avec les syndicats agricoles !! Mon suppléant était sur place, mais les agriculteurs ont refusé le débat. pic.twitter.com/HbNilg2uGs
— Martine Etienne (@MartineEtienne_) January 30, 2024
Alemanha exige devolução de subsídio a produtores rurais
O que começou na França como um protesto local se espalhou pela maioria dos países europeus em razão da má situação econômica do setor agrícola.
Segundo o site EuroNews, na Alemanha, cerca de 400 agricultores marcharam, com tratores, nas ruas a fim de bloquear o acesso ao aeroporto de Frankfurt-am-Main, um dos mais importantes do país. O aeroporto confirmou que os protestos, que ocorreram no último sábado, 3, tiveram um certo impacto no número de passageiros dos voos.
GERMANY – 1000 tractors now surround Frankfurt Airport.
— Persephone (@persephvoice) February 3, 2024
And still they come ????
pic.twitter.com/czpKnztHYM
Protestos também na Suíça e na Grécia
Na Suíça, os agricultores se mobilizaram em Genebra. Uma pequena marcha, com 30 tratores, exigiu um salário mais justo aos trabalhadores rurais do país. O movimento aconteceu no centro da cidade.
Os agricultores suíços usam o argumento de grandes margens de lucro das redes de super e hipermercados.
Na cidade grega de Tessalônica, muitos agricultores atiraram os seus produtos ao chão, demonstrando que vendem praticamente sem lucro. O protesto ocorreu na última quinta-feira, 1º.
A este ato, juntaram-se os agricultores de diversas regiões da Grécia. Eles exibiram caixões e bandeiras negras como símbolo da grande exigência do setor: o controle nos custos de produção. Nas palavras dos manifestantes, “o aumento dos custos de produção levou os agricultores à beira do desastre”.
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