Cenário indica recessão econômica num país que vinha gerando empregos, contendo a inflação e mantendo a moeda estável
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou nesta sexta-feira, 20, que o Service Canada, programa social de assistência financeira, recebeu 500 mil pedidos de seguro-desemprego em uma semana. O país possui 12,5 milhões de trabalhadores.
A quantidade alarmante de pessoas que requereu o benefício financeiro superou o recorde de 1957. Naquele ano, 499.200 trabalhadores solicitaram ajuda ao governo canadense num período de 30 dias. “É uma situação difícil e está pressionando bastante nosso sistema, mas vamos enfrentá-la”, garantiu Trudeau num entrevista coletiva.
O quadro sombrio que se desenha tem por autor o coronavírus e dá os contornos de uma recessão econômica num país que vinha gerando empregos, contendo a inflação e mantendo a moeda estável. A interrupção abrupta da atividade econômica, portanto, nos dá um panorama dos impactos da covid-19 na economia mundial.
À Bloombgerg, o fundador do Centro de Pesquisas Rosenberg, David Rosenberg, analisa que o Canadá está enfrentando dois inimigos ao mesmo tempo: guerra do petróleo e a pandemia de coronavírus. Ambas estão devastando o setor de energia do país que ainda responde por cerca de um décimo da produção.
“Essa será a depressão de 2020”, garantiu Rosenberg na entrevista. Para ele, a extensão da desaceleração também sugere que os formuladores de políticas precisam ter uma resposta maior para manter as empresas em movimento e evitar uma longa recessão.
Para esta semana, o governo Trudeau anunciou um pacote de ajuda no valor de U$ 82 bilhões (R$ 360 bilhões) para adiamento temporário de impostos. O Banco do Canadá cortou sua taxa de apólice (semelhante à Selic) em um ponto percentual.
Brasil
Para evitar maiores desastres, o ministro da Economia, Paulo Guedes, editou no último domingo, 23, a Medida Provisória nº 927. Entre as mudanças estão o adiamento do pagamento do FGTS por três meses, a antecipação de férias individuais, coletivas e feriados (o presidente Jair Bolsonaro vetou o artigo n° 18 que trata da suspensão de contratos de trabalho).
Contudo, apesar de dura, a medida é necessária. Flexibilizar as leis trabalhistas dará fôlego, portanto, ao empreendedor para que a empresa continue de portas abertas e não precise demitir ninguém em razão da pandemia de coronavírus. O prazo estipulado pelo Ministério da Saúde para diminuir o pico de coronavírus reduzir no Brasil será de 4 meses.
Sendo assim, uma reação rápida do governo para ajudar as empresas, sobretudo o pequeno e médio empreendedor, é bem-vinda.