Cientistas das principais universidades de Israel descobriram a evidência mais antiga do uso controlado do fogo para cozinhar alimentos. A equipe identificou restos de antigas carpas gigantes cozidas por hominídeos — ancestrais extintos dos seres humanos.
A descoberta foi registrada em um estudo publicado na segunda-feira 14 na revista científica Nature Ecology and Evolution. Segundo os cientistas, os humanos pré-históricos usavam o fogo na culinária cerca de 600 mil anos antes que se pensava. Até então, as primeiras evidências de cozimento datavam de aproximadamente 170 mil anos atrás.
A equipe chegou à conclusão depois de analisar dentes de peixes encontrados no sítio arqueológico de Gesher Benot Ya’a’ov, no norte de Israel. O achado não continha espinhas, sugerindo que foi submetido ao fogo para ser cozido.
Os cientistas usaram métodos geoquímicos para identificar mudanças no tamanho dos cristais do esmalte dentário das carpas que indicavam exposição a diferentes temperaturas de cozimento. “O fato de que o cozimento do peixe é evidente durante um período tão longo e ininterrupto de assentamento no local indica uma tradição contínua de cozinhar alimentos”, afirma a paleoantropóloga Naama Goren-Inbar.
Segundo a especialista, a descoberta mostra que os grupos de seres humanos que atuavam como caçadores-coletores tinham um amplo conhecimento sobre os benefícios do cozimento através do uso do fogo.
“Ganhar a habilidade necessária para cozinhar alimentos com o fogo marca um avanço evolutivo significativo, pois forneceu um meio adicional para otimizar o uso dos recursos alimentares disponíveis”, diz Naama. “É até possível que a culinária não se limitasse ao peixe, mas também incluísse vários tipos de animais e plantas.”
A transição de comer alimentos crus para cozidos teve implicações importantes para o desenvolvimento e o comportamento dos seres humanos. Através do fogo, os hominídeos conseguiram reduzir sua energia corporal, necessária para quebrar e digerir alimentos, permitindo que outros sistemas físicos do corpo humano se desenvolvessem. Além disso, o cozimento provocou mudanças na estrutura da mandíbula e do crânio da espécie.
Quem descobriu foi a arqueóloga Fátima Bezerra do PT
Dizem que os churrascos de picanha de dinossauro eram muito concorridos naquela época.