A expectativa entre altos funcionários das Forças de Defesa de Israel (FDI) é de que as principais operações israelenses em Gaza terminem em janeiro próximo.
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A informação veiculada pelo jornal The Jerusalem Post e pelo Canal 12, apesar de não confirmada oficialmente pelas FDI, é vista como possível pelo militar da reserva das FDI, o brasileiro Jairo Gawendo, que também tem cidadania israelense.
A Oeste, ele disse que admite essa possibilidade dentro de um cenário no qual a derrocada do poderio do Hamas mantenha o atual ritmo.
“(Concordo) se não nos atentarmos a prazos de encerramento, mas sim militarmente”, diz Gawendo, especialista em segurança. “Considero sim factível a derrota militar do Hamas nesse período.”
Ele acrescenta que há outras variáveis a serem levadas em conta.
“O problema é se a derrota militar do Hamas na Faixa de Gaza será também uma derrota ideológica.”
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Neste sentido, ainda haverá etapas a serem superadas, conforme ele diz.
“Infelizmente não chegaremos à cabeça da cobra. Estamos lidando com o rabo”, comparou o militar.
O enfraquecimento do poderio do Hamas se intensificou depois do reinício dos combates, a partir de 1 de dezembro.
As fontes ouvidas pelos veículos israelenses, porém, advertiram para a continuidade de batalhas mais direcionadas.
Luta contra a insurgência
A guerra entrará em uma fase que, na linha de pensamento de Gawendo, se baseará no combate à insurgência, algo mais difícil de superar, pelo fato desta estar enraizada mesmo na ideologia.
“A diferença entre o período principal da guerra e a insurgência será provavelmente a ocorrência das batalhas de menor escala”, diz o artigo do Post, que ressalta um novo perfil para a guerra.
“(Será algo) mais do tipo de guerra de guerrilha, de ataque e fuga.” Este momento, no entanto, será “o início da capacidade das FDI de enviarem um número significativo de reservistas de volta para casa.”
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Neste cenário, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, adverte que a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza terminará assim que Israel atingir os seus objetivos. Mesmo com a pressão de parte da comunidade internacional para encerrar a operação em breve.
“A guerra terminará quando os seus objetivos forem alcançados”, disse o ministro, em coletiva nesta segunda-feira, 11. “Levo em consideração tudo o que os EUA pedem e dizem, e levo a sério, juntamente com todos os membros do gabinete, o que tem sido realizado por eles.”
Nesta segunda-feira, as FDI anunciaram a morte de mais sete soldados. Com as baixas, subiu para 104 o número de soldados mortos na ofensiva terrestre contra o Hamas, em resposta aos ataques de 7 de outubro.
Na ocasião, cerca de 1,2 mil pessoas em Israel foram mortas na invasão dos terroristas a áreas no sul de Israel.
O anúncio das mortes dos soldados, nesta segunda-feira, foi feito em meio a intensos combates em curso na região de Khan Younis, um reduto do Hamas no sul de Gaza.
Cinco dos soldados pertenciam à 5ª Brigada. Eles foram mortos quando um dispositivo explosivo foi detonado perto das tropas, enquanto lutavam contra uma célula terrorista perto de uma escola.
De acordo com as FDI, helicópteros e caças chegaram como suporte, para realizar ataques contra os terroristas que abriram fogo a partir da escola. Outros quatro soldados ficaram feridos. Nos combates, terroristas do Hamas foram eliminados e a infraestrutura local do grupo foi destruída.