O ex-executivo do setor automobilístico Carlos Ghosn foi condenado a reembolsar em 5 milhões de euros a Nissan e a Mitsubishi, depois que um tribunal holandês rejeitou suas alegações de ter sido injustamente demitido pelas fabricantes de automóveis. Ele pedia 15 milhões de euros em indenização da holding holandesa que controla as empresas, pelo que chamou de demissão ilegal.
Conforme reportagem do Financial Times desta quinta-feira, 20, os advogados de Ghosn argumentaram que o executivo dedicou seu tempo criando sinergias para a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi que, sob sua direção, cresceu até se tornar o maior grupo de fabricantes de automóveis em todo o mundo.
Nissan e Mitsubishi, depois de realizarem uma investigação conjunta, acusaram o ex-executivo de supostamente receber pagamentos indevidos no valor de 7,8 milhões de euros da joint venture, estabelecida poucos meses depois que Carlos Ghosn se afastou do cargo de CEO da Nissan, em 2017.
O tribunal concluiu que não havia contrato de trabalho entre Ghosn e a holding holandesa, e determinou que o executivo reembolse o salário que recebeu da joint venture entre os meses de abril e novembro de 2018.
O libanês-franco-brasileiro Carlos Ghosn, que liderou a Renault e a Nissan por duas décadas, foi preso no Japão no final de 2018 acusado de má conduta financeira, negada por ele. No final de 2019, Ghosn escapou da prisão domiciliar e fugiu para o Líbano, que não possui tratado de extradição com o Japão.
Leia também: “EUA: Carlos Ghosn transferiu dinheiro para suposto mentor de fuga”