O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, já decidiu quem será a sua próxima secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS). De acordo com o canal de televisão CNN, a escolhida será a republicana Kristi Noem, governadora da Dakota do Sul.
Noem será responsável por supervisionar uma vasta agência, que cuida de áreas como alfândega, proteção de fronteiras, imigração e entidades como a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências e o Serviço Secreto dos Estados Unidos.
Defensores de um maior rigor nas políticas de imigração, o policial Tom Homan e o assessor Stephen Miller devem ocupar cargos de alto escalão na pasta. As nomeações demonstram que Trump segue comprometido em cumprir suas promessas de endurecimento dos processos migratórios.
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O departamento enfrentou instabilidades na última vez em que Trump esteve no cargo. Naquele período, o DHS teve cinco líderes diferentes, dos quais apenas dois foram confirmados pelo Senado. A agência possui um orçamento de US$ 60 bilhões e centenas de milhares de funcionários.
Embora Noem não governe um Estado de fronteira, ela tem um longo histórico de posições contra a imigração. Como candidata ao Congresso em 2010, apoiou uma tentativa dos republicanos de impedir um projeto do governo Obama que visava a anulação de uma lei do Arizona contra imigração.
Ela também pediu punições para as “cidades-santuário”. Esses municípios, normalmente liderados por democratas, protegem imigrantes ilegais e não costumam cooperar com as agências federais de controle migratório, tanto no governo Trump quanto na gestão de Joe Biden.
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Quem é Kristi Noem
Desde que assumiu o governo da Dakota do Sul, em 2019, Noem se estabeleceu contra as medidas de segurança contra a covid-19, como o uso obrigatório de máscaras e o fechamento de empresas e igrejas. A favor do armamento civil, ela chegou a dizer em um evento da Associação Nacional de Rifles que seu neto de dois anos possui várias armas.
Como governadora, Noem teve conflitos com tribos indígenas em seu Estado depois de sugerir que seus líderes se preocupavam mais em lucrar com cartéis de drogas do que com suas crianças. Os comentários resultaram na proibição de sua entrada em algumas reservas indígenas. Como secretária do DHS, Noem lideraria um departamento que também lida com os povos indígenas.
Em 2020, Noem presenteou Trump com uma réplica de 1,5 metro do Monte Rushmore, com o rosto do empresário ao lado dos ex-presidentes norte-americanos que formam o monumento. Ela foi uma das primeiras governadoras a apoiá-lo em sua campanha de 2024 para a Presidência dos EUA. Trump, por sua vez, chamou Noem de uma “pessoa incrível” e, em certo momento, foi considerada uma potencial candidata a vice-presidente, função que ficou com o senador J. D. Vance.
Nas semanas finais da campanha de 2024, Noem participou de uma reunião estratégica com Trump, onde questionou as avaliações dos responsáveis pela campanha sobre as pesquisas internas do partido sobre a disputa. Há algumas semanas, ela foi mestre de cerimônias de um evento onde Trump dançou por mais de 30 minutos.
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