O novo presidente da Argentina, Javier Milei, adiou o anúncio das medidas econômicas para esta terça-feira, 12. Com isso, o Banco Central (BC) decidiu colocar restrições no mercado argentino de câmbio, nesta segunda-feira, 11.
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Um novo pacote de ajuste fiscal deve ser anunciado pelo recém-empossado ministro da Economia, Luis Caputo. Segundo o jornal Ámbito Finaciero, as medidas terão quatro eixos centrais: um rigoroso ajuste fiscal para alcançar o déficit zero, um salto na desvalorização da taxa de câmbio oficial, o fim do controle de preços e a eliminação dos passivos remunerados do Banco Central.
O porta-voz do governo, Manuel Adorni, disse que as medidas serão acompanhadas de um “forte corte fiscal com remoção de privilégios”, que incluem privatizações. Em discurso de posse, neste domingo, 10, Milei disse que o país deveria se preparar para um “choque” econômico.
Em seu primeiro decreto, publicado neste domingo, o Milei cumpriu a promessa de campanha e cortou pela metade o número de ministérios. Durante o governo de Alberto Fernández, havia 18 ministérios. Com Milei, são nove.
Banco Central realiza “feriado cambial”
O Banco Central anunciou que vai colocar restrições no mercado de câmbio durante esta segunda-feira. A medida é parecida com o “feriado cambial” e regula as operações do dia, que serão aprovadas uma a uma.
O plano deve adiar a grande desvalorização da moeda argentina, que era esperada para hoje. A expectativa era que a moeda desvalorizasse em até 100%. Atualmente, são necessários 364 pesos para comprar US$ 1. O novo valor deve chegar ao patamar entre 600 e 700 pesos por dólar.
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Em nota, o BC informou que as operações com as moedas estrangeiras serão analisadas a partir das prioridades. Além disso, a medida tem como objetivo dar fôlego ao novo governo argentino.
“A medida foi adotada para dar tempo à gestão do Poder Executivo de cumprir com os trâmites administrativos”, informou o BC da Argentina. “Além disso, para a conformação das novas autoridades e para anunciar e implementar políticas que levarão adiante.”
A medida deve afetar os importadores, que usam o dólar oficial para as transações internacionais, e os cidadãos comuns, que utilizam o cartão de crédito para compras internacionais.