Durante seu primeiro discurso depois de ser empossado no Congresso Nacional da Argentina, o presidente Javier Milei disse que “nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo”. Repetindo jargões da campanha em seu pronunciamento, ele fez questão de citar a herança deixada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner.
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Atualmente, a situação da economia da Argentina é uma inflação de 142% ao ano, com 40% da população abaixo da linha da pobreza e quase 10% que passando fome. O dólar blue, cotação paralela da moeda estrangeira com o peso, bateu mais de 1 mil pesos para cada dólar neste ano.
O Banco Central do país — instituição que Milei prometeu eliminar — possui reservas de dólares negativas em mais de US$ 12 bilhões. Há também dívida com o Fundo Monetário Internacional, com US$ 44 bilhões — valor pendente de empréstimos de US$ 58 bi, que foram feitos em 2018.
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Milei disse que “em curto prazo, a situação vai piorar”. Ele reforçou, contudo, que as medidas terão resultados positivos no decorrer do tempo. “Não há alternativas ao ajuste e ao choque.”
“Naturalmente isso terá um impacto negativo no nível de atividade, no emprego, nos salários reais, no número de pobres e de indigentes”, disse Milei. “Haverá estagflação (estagnação econômica e inflação), mas não é muito diferente dos últimos 12 anos.”
Milei deve entregar primeiro pacote de medidas de seu ministro da Economia
Nesta segunda-feira, 11, Milei deve entregar seu primeiro pacote de medidas com autoria de seu ministro da Economia, Luis Caputo. O ministro disse que a intenção é chegar ao “déficit zero” por meio de medidas como proibição do Banco Central em emitir moedas, remoção de subsídios e liberação dos preços.
Milei precisou reavaliar o plano econômico de dolarização da economia, que consiste na substituição da moeda nacional, peso argentino, pelo dólar. O libertário cedeu a promessas econômicas mais ortodoxas, porém mesmo assim enfatizando os fortes ajustes na economia.
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Será pesado. Mas necessário.