O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou em pronunciamento divulgado na madrugada desta quarta-feira, 16, (pelo horário local), que os pontos defendidos por seu país e pela Rússia nas rodadas de negociações realizadas nos últimos dias estão mais realistas.
“As reuniões continuam e, pelo que eu fui informado, as posições já soam mais realistas”, disse o líder ucraniano. No entanto, ele pondera que será necessário mais tempo para que “as decisões estejam de acordo com os interesses da Ucrânia”, completou.
Ontem, o político havia sinalizado que é uma possibilidade não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma das demandas russas para encerrar a invasão.
Ataques russos
A cidade ucraniana de Zaporizhzhia, pouco afetada até o momento pela ofensiva russa e refúgio para as pessoas que fogem do porto cercado de Mariupol, foi alvo de ataques nesta quarta-feira, 16, informaram as autoridades locais.
Zaporizhzhia II railway station hit at 5am today#Ukraine pic.twitter.com/IVjf3bpA6C
— Serhii Yaskovets (@SYaskovets) March 16, 2022
“Áreas civis de Zaporizhzhia foram bombardeadas pela primeira vez”, afirmou no Telegram o governador regional, Alexander Starukh.
“Foguetes caíram na área da estação de trem e, segundo as primeiras informações, ninguém morreu”, acrescentou o governador. Outro foguete caiu no jardim botânico.
Zaporizhzhia recebeu centenas de milhares de moradores da cidade portuária de Mariupol, cercada pelas tropas russas.
Otan
Hoje, a Otan deve pedir para que seus comandantes militares elaborem novos planos de contenção contra a Rússia, incluindo o uso de mais tropas e mísseis de defesa na região do Leste Europeu.
“Temos que atualizar nossa postura militar para essa nova realidade”, afirmou o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg na terça-feira 15. “Ministros vão começar discussões importantes sobre medidas concretas para reforçar nossa segurança a longo prazo.”
O avanço da Otan no Leste Europeu, em países que fazem fronteira com a Rússia ou estiveram em sua órbita de influência no passado recente, é uma das justificativas do presidente Vladimir Putin para a invasão da Ucrânia.
Uma das exigências do líder russo para o cessar-fogo é, por exemplo, que os ucranianos se comprometam a não entrar na organização.
Enquanto o tempo passa mais soldados e ucranianos morrem nesta guerra que não faz sentido, como todas as outras.
Uma solução é formar uma coalização de países do leste europeu que podem pertencer à União Européia mas não necessáriamente à OTAN. Esses países são: Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária, indo do mar Báltico até a fronteira com a Grécia, de norte a sul, que formarão um colchão amortecedor tampão entre as duas áreas conflitantes. Só assim acaba com essa confusão. Pode até incluir nessa coalizão a própria Ucrânia.