O governo do Paquistão descobriu um esquema em que os pilotos não realizavam os exames necessários para trabalhar na aviação comercial
O Paquistão suspendeu 262 pilotos de companhias aéreas após a descoberta que eles não realizaram os seus exames de qualificação. O anúncio foi feito pelo ministro da Aviação do país.
O governo do Paquistão decidiu verificar a qualificação de todos os pilotos do país sobretudo após a descoberta que o comandante do voo que caiu em Karachi no último mês falhou em seguir procedimentos básicos para a aeronave.
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Noventa e nove pessoas morreram naquele acidente da empresa estatal de aviação, a Pakistan International Airlines (PIA). A companhia já havia anunciado que ia manter em terra todos os comandantes com licenças “duvidosas”, como informou a agência de notícias Reuters.
Dos 262 pilotos que foram proibidos de voar, 141 trabalham para a PIA, 9 para a Air Blue, 10 para a Serene Airline. A Shaheen Airlines, além de ter 17 comandantes suspensos, também foi proibida de operar, afirmou o ministro da Aviação, Ghulam Sarwar Khan.
Os demais suspensos pertencem à clubes de voos ou pilotam voos de charter, que são voos alugados por alguma pessoa ou empresas.
Além dos pilotos, 5 autoridades da aviação comercial do país foram retiradas dos seus postos. Elas podem ser processadas por participar de um esquema criminoso.
Esquema de corrupção
Khan afirmou que as autoridades estão investigando um esquema criminoso entre pilotos e autoridades da aviação civil para trapacear em exames.
De acordo com o que foi descoberto, outras pessoas realizavam os oitos testes necessários para conseguir a licença de piloto de aviação comercial no Paquistão. Além dos exames, é necessário que o piloto realize pelo menos mil e quinhentas horas de voos.
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Para o ministro, essa investigação e a suspensão desses pilotos vai ajudar a recuperar a credibilidade do setor aéreo paquistanês. “Eu acredito que isso vai satisfazer aos organismos internacionais de que estamos corrigindo essas transgressões”, disse.
O atual sistema de exames para a aviação comercial foi introduzido em 2012 pelas autoridades paquistanesas. O objetivo era estar de acordo com as regulamentações internacionais para o setor.