O desaparecimento do submarino Titan chamou atenção para alguns temas. Um deles trata da dificuldade que é trafegar na região do Oceano Atlântico onde o submersível afundou.
A embarcação da empresa norte-americana OceanGate partiu da costa do Canadá na manhã do domingo 18, em direção aos destroços do Titanic. O veículo deveria voltar à superfície no fim da tarde, o que não ocorreu.
Quatro dias depois, a empresa de turismo e a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmaram que os cinco tripulantes da embarcação haviam morrido. Indícios mostram que a causa pode ter sido a implosão do submersível.
E quais foram os riscos oferecidos pelas águas nas quais trafegavam o submarino Titan? Por que são traiçoeiras? Acompanhe a lista de motivos.
A escuridão
A luz solar penetra por cerca de mil metros nas águas. Abaixo disso a escuridão é permanente. O Titanic — local de exploração pelo submersível — está localizado a pouco menos de 4 mil metros de profundidade. O local é conhecido como “zona da meia-noite”.
A descida, que demora mais de duas horas, é feita sob total escuridão. Navegar com a visão limitada, tendo à disposição apenas as luzes a bordo do veículo, é considerado desafiador. Passageiros que participaram de viagens anteriores ao Titanic com a OceanGate descreveram como “difícil” encontrar o caminho depois de atingir o leito do oceano.
A embarcação da OceanGate tinha de suportar pressões esmagadoras
Quando mergulhamos em grandes profundidades, enfrentamos não apenas a pressão atmosférica normal, mas também a pressão de todo o peso do oceano à nossa volta. Na região próxima ao Titanic, a cerca de 3,8 mil metros de profundidade, a pressão é quase 390 vezes maior que a da superfície.
As correntes marítimas
Parte dos destroços do Titanic se encontra perto de um trecho do leito oceânico afetado por um fluxo de água fria, em direção ao sul, conhecido como Corrente de Contorno Oeste Profunda.
O fluxo vindo dessa corrente cria dunas móveis, ondulações e padrões na forma de faixas entre o sedimento e a lama ao longo do leito oceânico. Isso pode ajudar a desestabilizar possíveis manobras da embarcação subaquática.
O perigo do próprio Titanic para o submarino
Depois de mais de cem anos dentro do mar, o Titanic vem se deteriorando gradualmente.
O impacto das duas seções principais do navio ao colidir, durante o naufrágio, retorceu e distorceu grandes partes dos destroços. E, ao longo do tempo, micróbios que se alimentam do ferro do navio aceleraram a deterioração dos restos dele.