Segundo estudo realizado na Escola de Negócios de Columbia, Estados Unidos, as reuniões 100% virtuais durante a pandemia atrapalharam a criatividade das pessoas. A pesquisa envolveu 602 pessoas entre estudantes, universitários e trabalhadores.
A autora do estudo, a professora-assistente Melanie Brucks, iniciou as pesquisas em 2016: “Iniciamos o projeto porque ouvimos de gerentes e executivos que a inovação era um dos maiores desafios com a interação por vídeo. E admito que inicialmente estava cética”, disse para a Nature, revista que publicou o artigo. Melanie dividiu os voluntários em duplas, para fazerem tarefas pessoal e virtualmente. Os afazeres envolviam novos usos para coisas cotidianas.
A professora Brucks no começo acreditava que a interação virtual era semelhante à experiência pessoal. O desempenho de cada dupla foi determinado por quantas ideias foram apresentadas e os níveis de inovação e valor dessas ideias. “Quando inovamos, temos de partir de soluções existentes e apresentar novas ideias, baseando-nos amplamente em nosso conhecimento. Criar formas alternativas de usar objetos conhecidos requer o mesmo processo psicológico”, explica Melanie.
A colaboração entre as pessoas está diretamente ligada à criatividade, à troca de ideias, e conversas fazem evoluir e expandem os pensamentos. Interagir através de uma tela pode inconscientemente mudar a atenção, de maneira que reduz a geração dessas novas ideias. Durante as chamadas de vídeos, as pessoas estão sempre no mesmo ambiente. Segundo os dados apresentados na pesquisa, quando estamos em ambientes diferentes do nosso cotidiano, temos a tendência de ter novas ideias.