O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, havia aprovado o plano para explodir os gasodutos Nord Stream, em 2022, que vão da Rússia até a Alemanha. Porém, ele tentou cancelar a medida depois de um alerta dos Estados Unidos. O jornal Wall Street Journal (WSJ) divulgou a informação nesta quinta-feira, 15.
A operação levantou diversas especulações sobre os responsáveis e uma intensa troca de acusações. A medida, além de piorar a crise energética na Europa, teria contado com uma pequena tripulação de seis membros e um iate alugado — tudo isso sob o conhecimento e aval de Zelensky, segundo o jornal norte-americano WSJ.
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“A coisa toda nasceu de uma noite de bebedeira pesada e da determinação férrea de um punhado de pessoas que tiveram a coragem de arriscar suas vidas por seu país”, descreveu um oficial ucraniano, supostamente envolvido na explosão dos gasodutos Nord Stream.
A explosão dos gasodutos, em setembro de 2022, piorou a crise energética na Europa. Zelensky aprovou o plano, mas, depois de alertas da inteligência militar holandesa e da inteligência norte-americana, tentou abortar a missão. O comandante Valeri Zalujniy, no entanto, ignorou a ordem e prosseguiu com a operação.
O general Zalujniy, que atualmente é embaixador da Ucrânia no Reino Unido, negou envolvimento na operação. Ele disse que qualquer sugestão contrária é uma “mera provocação”. O oficial afirmou que as Forças Armadas ucranianas não estavam autorizadas a conduzir missões no exterior.
Volodymyr Zelensky aprovou planejamento da operação
A Ucrânia planejou a operação meses antes da explosão, que teria custado cerca de US$ 300 mil. Entre os participantes estava uma mulher, escolhida por suas habilidades e para criar a ilusão de um grupo de amigos. Eles fizeram todos os arranjos verbalmente, sem deixar rastros.
De acordo com o WSJ, os gasodutos eram considerados alvos legítimos na guerra. A Alemanha emitiu um mandado de prisão contra um instrutor de mergulho ucraniano supostamente envolvido na explosão. A investigação agora se concentra no general Zalujniy e seus assessores.
Depois da explosão, a Rússia culpou os EUA, o Reino Unido e a Ucrânia, enquanto autoridades europeias suspeitaram do envolvimento de Moscou. O WSJ conversou com quatro altos-comandos de Defesa e Segurança ucraniana que confirmaram a ação, mas o inquérito alemão não vinculou Volodymyr Zelensky à operação.
Em junho de 2024, o presidente ucraniano demitiu Zalujniy e disse que uma reformulação era necessária para reiniciar o esforço de guerra. A tripulação usou um pequeno veleiro e mergulhadores com experiência. Eles alugaram o iate Andromeda na Alemanha. Os tripulantes usaram explosivos HMX, conectados a detonadores controlados por temporizador.
Investigadores alemães identificaram vestígios de explosivos, impressões digitais e amostras de DNA no iate. A tripulação foi descuidada em apagar evidências, o que permitiu que os investigadores reconstruíssem todo o trajeto do iate. Autoridades ucranianas informaram ao WSJ que seria impossível levar os oficiais a julgamento sem provas concretas.