Apesar de não estar funcionando na semana do feriado do 7 de Setembro, a CPMI do 8 de Janeiro tem alguns depoimentos na mira. Conforme apurou a coluna, seis oitivas estão no radar da comissão, mas ainda não há uma data para que os depoimentos aconteçam.
As sessões devem ser retomadas na terça-feira 12. A previsão é que os trabalhos do colegiado se encerrem em outubro deste ano.
Estão na lista os seguintes nomes:
- Delegada Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
- General Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto;
- Membros da Força Nacional;
- General Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional;
- Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI do governo Bolsonaro;
- Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP);
- Hacker Walter Delgatti;
- Um dos financiadores dos atos de 8 de janeiro;
Marília trabalhou com o delegado Anderson Torres quando ele era ministro da Justiça. Além disso, foi secretária de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, também na gestão Torres. O requerimento com o pedido de convocação da delegada já está aprovado. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), precisa apenas pautar da oitiva.
Dutra é acusado de impedir a ação da Polícia Militar do DF nos acampamentos em frente ao Quartel-General de Brasília. O pedido de convocação dele também já está aprovado.
Já Penteado teria “sabotado” o então ministro do GSI, general Gonçalves Dias, ao não acionar o Plano Escudo para proteger o Palácio do Planalto. À CPI do DF, contudo, Penteado culpou G. Dias pelos ataques. O general é alvo de quase 50 requerimentos de convocação, mas nenhum foi aprovado até o momento.
Além de estar possivelmente envolvido em um esquema internacional de venda de joias — recebidas em viagens oficiais da Presidência da República –, Mauro Cid também precisa explicar aos membros da CPMI o conjunto de mensagens encontrado pela PF em seu aparelho celular.
Quando esteve no colegiado, o militar ficou em silêncio. Em agosto, uma nova convocação de Cid — que está preso — foi aprovada pela comissão.
Os parlamentares que pedem a convocação do general Heleno alegam que o 8 de janeiro começou ainda no governo Bolsonaro. Desse modo, o então chefe do GSI deveria depor ao colegiado. A oitiva do general também já foi aprovada.
Já Zambelli e Delgatti devem ser submetidos a uma acareação. Interlocutores disseram a coluna que a proposta deve partir da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Delgatti é investigado por invasão aos sistemas do Poder Judiciário e por um suposto plano para comprovar a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.
À PF, Delgatti explicou que foi contratado por Carla para comprovar a vulnerabilidade do sistema eleitoral. O hacker já foi ouvido pela comissão, mas a deputada, não.
Por fim, entre os pedidos de convocação da Força Nacional, estão os do coronel da reserva José Américo Gaia, ex-diretor da FNS; o coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, ex-comandante do Batalhão de Pronto Emprego da corporação; o delegado Ivair Matos Santos, ex-diretor-substituto da FNS; e Fernando Alencar Medeiros, atual diretor da FNS.
Tais requerimentos ainda precisam ser aprovados. Na semana passada, o presidente da CPMI disse que pretende pautar os documentos.
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