Mesmo com recursos pendentes e sem descumprimento de medidas cautelares, envolvidos no 8 de janeiro têm recebido mandados de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme levantamento feito por um grupo de advogados, 12 pessoas do 8/1 se enquadram nesses requisitos.
A seguir, a lista de condenados pelo protesto, mas cujos casos ainda não transitaram em julgado:
- Moisés dos Anjos;
- Josilaine Cristina Santana;
- Eduardo Zeferino Englert;
- Nelson Ferreira da Costa;
- Ilson César Almeida de Oliveira;
- Rosely Pereira Monteiro;
- Jaime Junkes;
- Osmar Hilebrand;
- Juvenal Alves Corrêa;
- Jaqueline Freitas;
- Rosemary Caetano de Freitas;
- Jamildo Bomfim.
Moraes expede mandados de prisão, depois de reportagem sobre envolvidos no 8 de janeiro
Em 14 de maio, o portal UOL publicou uma reportagem sobre “foragidos” do 8 de janeiro. Em linhas gerais, são condenados que teriam violado a tornozeleira e fugido para a Argentina e o Uruguai.
Depois da publicação da notícia, condenados pela manifestação, mas que ainda têm recursos apresentados à Justiça, receberam ordens de prisão. Professor aposentado, Jaime Junkes é um deles. O homem tem câncer de próstata em estágio avançado e outras comorbidades graves, entre elas, problemas no coração.
Entre a publicação da reportagem e o dia 17, Moraes publicou 47 mandados de prisão contra 40 condenados e sete investigados pelo protesto.
Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou à Interpol a inclusão dessas pessoas na lista vermelha da organização internacional.
Em paralelo, o Instituto Internacional de Proteção aos Presos e Exilados Políticos requereu à polícia internacional que não aceite a demanda da PGR.
De acordo com o instituto, a medida da PGR é “desproporcional”. Isso porque essas pessoas cometeram “crime de opinião”.
Leia também: “Os exilados do 8 de janeiro”, reportagem publicada na Edição 216 da Revista Oeste
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Careca Se cuida tá, Trump tá chegando!
A tragédia da nossa época, reside no STF. Todos, temos o dever de falar a verdade tal como as vemos e partilhar não apenas os nossos triunfos, não apenas as coisas que nos fazem sentir bem, mas a dor, a dor intensa, muitas vezes não mitigada. É importante partilhar como sabemos que sobrevivência é sobrevivência e não apenas um passeio na chuva. A vista grossa que faz o STF, a não resposta “ÀS ATROCIDADES” é o mesmo que bani-las da consciência. Certas violações do pacto social são demasiado terríveis para serem pronunciadas em voz alta: este é o significado da palavra indizível. Porque será que o STF interfere e causa conflitos em praticamente todos os aspéctos da vida neste país, mas deixam os bandidos agirem inescrupulosamente sem sofrerem quaisquer consequências por seus atos atrozes? Eu somente posso deduzir que o motivo é por serem criminosos da mesma estirpe.
As atrocidades, porém, recusam-se a ser enterradas. Tão poderosa quanto o desejo de negar atrocidades é a convicção de que a negação do STF não funciona. A sabedoria popular está repleta de fantasmas que se recusam a descansar em suas sepulturas até que suas histórias sejam contadas.