O deputado federal e ex-governador do Paraná Beto Richa divulgou, na segunda-feira 5, durante uma coletiva de imprensa, que não vai mais concorrer ao cargo de prefeito de Curitiba (PR). Filiado ao PSDB, o parlamentar afirma que deve ficar neutro no pleito na cidade.
Richa explicou que estava animado com as últimas pesquisas de opinião pública. Contudo, desistiu por não ter alianças políticas, estrutura para campanha e possuir apenas 30 segundos de propaganda eleitoral na televisão e no rádio. De acordo com ele, isso não seria o suficiente para apresentar o plano de governo nem as propostas.
“Talvez de todos que se apresentaram, não sei se tinha algum pré-candidato com mais vontade de disputar essa eleição do que eu”, disse o deputado. “Só que nas condições adversas fica muito restrita a nossa participação.”
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O tucano tentou se aproximar do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, em março desde ano. A legenda é a que possui maior bancada na Câmara dos Deputados. Entretanto, lideranças de Curitiba manifestaram resistência à ideia. Além disso, o PSDB vetou a aproximação.
“Eu não ia migrar para o PL. Eu ia conversar com o PSDB, ver o que era possível fazer”, disse Richa, na ocasião, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “[O PL] é um partido que tem muito mais estrutura que o PSDB, muito mais tempo de televisão. Eu preciso de mais tempo de TV, mais estrutura, ainda mais enfrentando duas máquinas, a municipal e a estadual. Conversei com vários partidos e o que mais me interessou foi o PL.”
Beto Richa fala em racha entre PSDB e Cidadania
Outro ponto mencionado pelo parlamentar é um racha interno na federação da qual faz parte. Na semana passada, o Cidadania oficializou apoio a Eduardo Pimentel (PSD), compromisso que estava firmado desde fevereiro.
“O Cidadania já declarou há algum tempo apoio ao candidato do governo”, disse o tucano. “O Cidadania desde o início faz parte do governo, é até compreensível. Então gerou também esse constrangimento interno com o nosso partido.”
Pimentel é do mesmo partido do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior. Atualmente, ele é vice-prefeito de Curitiba — chegou ao cargo por meio do PSDB, mesma legenda de Beto Richa.
O ex-governador afirmou que não demonstrará preferências durante a disputa. “Deixamos os nossos eleitores à vontade para fazer a melhor escolha do candidato que mereça o seu apoio, seu voto”, disse. “Vou ficar neutro.”
Intenções de votos para a Prefeitura de Curitiba
De acordo com o estudo do Paraná Pesquisa divulgado em 7 de julho, Eduardo Pimentel lidera de forma isolada o cenário eleitoral curitibano, com 24,1% das intenções de voto. Ele conta com apoio do prefeito Rafael Greca (PSD) e do ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo).
O deputado federal Luciano Ducci (PSB) e o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil) aparecem empatados tecnicamente, sendo o primeiro com 14,9% e o segundo com 13,6%. O mesmo ocorreu nesse sentido com Roberto Requião (Mobiliza) e com Richa, que alcançaram 12,4% e 10,1%, respectivamente.
O instituto ouviu 800 eleitores curitibanos de 29 de junho a 3 de julho. A pesquisa tem uma margem de erro de 3,5 pontos porcentuais para mais ou para menos e índice de confiabilidade é de 95%.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado