O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou sua opinião sobre uma reportagem do The New York Times que trata do desmonte da Operação Lava Jato no Brasil. Ele afirmou que o jornal apresenta uma “análise sombria do futuro do Brasil” e considera o texto um “alerta para o mundo e para os brasileiros”.
De acordo com Bolsonaro, o NYT faz uma análise preocupante sobre a politização de instituições que deveriam ser imparciais, o que ele vê como um retrocesso significativo no combate à corrupção.
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O ex-presidente da República também expressou preocupações de que isso possa transformar o Brasil em um “paraíso da impunidade”.
“O New York Times faz uma análise sombria do futuro do Brasil caso este ciclo de destruição institucional continue. A politização de instituições que não deveriam ser políticas não é apenas um retrocesso no combate à corrupção, mas uma mensagem clara de que o Brasil de hoje está voltando a ser um paraíso da impunidade, onde os poderosos podem fazer o que quiserem, sem qualquer temor de punição, enquanto as vozes dissidentes são perseguidas, rotuladas de anti-democráticas e caladas”, disse Bolsonaro, em declaração publicada nas redes sociais nesta segunda-feira, 25
O que diz a reportagem do NYT comentada por Bolsonaro
A reportagem, publicada no domingo 24, critica o Supremo Tribunal Federal (STF) por “encerrar discretamente” uma das maiores ações anticorrupção da história recente.
O texto menciona as decisões do ministro do STF Dias Toffoli que resultaram na anulação de condenações de figuras proeminentes envolvidas em esquemas de corrupção, como Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e Raul Schmidt.
O NYT lembra que os ministros, ao acabarem com a operação, argumentaram que os juízes e os promotores envolvidos agiram de maneira tendenciosa e, por isso, “violaram leis em sua busca insaciável por justiça”.
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“As reversões de sentença têm se espalhado por toda a América Latina e levaram à anulação de pelo menos 115 condenações no Brasil”, observou o NYT. Casos no Panamá, no Equador, no Peru e na Argentina, que incluem condenações de vários ex-presidentes, também foram revistos, em reflexo da postura do STF.
De acordo com o jornal, o Brasil e o mundo testemunham uma “conclusão sombria para uma investigação que, antes vista como uma mudança radical na América Latina, prometia erradicar a corrupção sistêmica que corroía as fundações dos governos”.
O que me parece mais grave, independentemente do cidadão simpatizar com o Lula ou o Bolsonaro, ou nenhum dos dois, é que o sistema de justiça e a polícia judiciária já entraram em uma espiral de incredibilidade, muito por conta da politização de suas motivações e ações, além da polarização no seio da sociedade, que está comprometendo o discernimento e incentivando a estupidez.
O problema é que quem, na campanha de 2018, iria fortalecer a Lava-Jato, em 2019 a enfraqueceu, permitindo o estupro do pacote anticrime, a convivência com corruptos e o terreno fértil para eclodir o inquérito das fake news.
Com que direito esse bolsonaro fala sobre a destruição da lava-jato? Não foi ele o primeiro a acabar com ela? Não foi ele o mentor da desarticulação dessa operação? Não foi ele que prometeu mundos e fundos ao Moro, na intenção de ter um advogado para defender os filhinhos corruptos?
O que esses ministros (?) do STF do sistema corrupto fizeram seria caso se fôssemos um país sério , um cabo e um soldado prender todos em celas solitária.