A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira 6, diversos projetos de lei (PL) que visam aprimorar a legislação sobre a proteção das mulheres e seus direitos. As propostas atendem a uma prioridade da bancada feminina.
Abaixo, destacam-se alguns dos projetos:
- Assistência para mulheres dependentes de álcool:
Relatado pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ), o projeto prevê a criação de um programa de assistência no âmbito do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas. O texto propõe reinserção social, orientação adequada e apoio psicológico.
A deputada ressaltou que as mulheres são mais “vulneráveis” aos efeitos do álcool, devido a diferenças em sua composição biológica.
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“As mulheres são mais vulneráveis aos efeitos do álcool devido a diferenças em sua composição biológica”, afirmou Chis. “O que provoca efeitos mais rapidamente no organismo feminino e mais duradouros que no organismo masculino.”
- Prisão preventiva em crimes de violência contra mulher:
De autoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o PL aprovado permite ao juiz decretar, de ofício, a prisão preventiva em crimes tipificados na Lei Maria da Penha. Nos crimes de violência doméstica, o magistrado poderá decretar a prisão preventiva em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal.
- Punição mais severa de agressores
O texto aprovado pelos deputados retira do Código Penal a atenuante para condenados por crimes de violência sexual contra a mulher se o agente tenha menos de 21 anos ou mais de 70 anos na ocasião. A proposta também evita a diminuição da prescrição de crimes que envolvem violência sexual contra as mulheres nessas faixas etárias. Assim, o atenuante de idade nesse tipo de crime não poderá ser invocado para diminuir a pena aplicável.
- Guarda materna em amamentação
De autoria da deputada Leda Borges (PSDB-GO), o projeto estabelece que, em caso de separação, se não houver acordo entre os pais sobre a guarda do filho, a guarda unilateral do recém-nascido ficará preferencialmente com a mãe durante o período de amamentação, mais garantindo ao pai o direito a visitas.
- Violência doméstica
O plenário da Câmara aprovou um PL que estabelece o aumento de um terço até a metade da pena se a lesão for cometida por razões relacionadas à condição do sexo feminino ou for praticada na presença física ou virtual dos parentes da vítima.
O deputado Helder Salomão (PT-ES), autor do PL, destaca que o objetivo é coibir os traumas que crianças e adolescentes enfrentam ao testemunhar agressões de suas mães no ambiente doméstico.
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Os parlamentares também aprovaram um projeto que considera como crimes comuns aqueles praticados por militares no âmbito de violência doméstica ou familiar. Com o PL, o julgamento passará para a Justiça comum quando o crime ocorrer no âmbito da unidade doméstica ou no âmbito da família, conforme definições da Lei Maria da Penha.
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Adicionalmente, foi aprovado um projeto que estabelece que o atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar seja preferencialmente realizado por profissionais de saúde do sexo feminino.
- Prevenção de violência em casas noturnas
Os deputados aprovaram o protocolo “Não é Não”, visando prevenir constrangimentos e violência contra a mulher em ambientes que vendem bebidas alcoólicas, como casas noturnas e boates. O protocolo inclui a presença de pessoal qualificado e a divulgação de informações sobre como acioná-lo, além dos telefones da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180).
Tramitação dos projetos que lei para proteção de mulheres
Das propostas aprovadas, apenas o protocolo de prevenção à violência em shows e casas noturnas seguirá para sanção presidencial, enquanto os demais projetos ainda serão analisados pelo Senado.
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